Simone Cordeiro*
A experiência de ter um pet costuma proporcionar experiências valiosas aos tutores. Uma delas é a desmitificação da ideia de que os animais de estimação são interesseiros, ou seja, só gostam da família porque é ela a provedora de água, comida, cama e conforto. É claro que tudo isso é importante para consolidar uma relação, da mesma forma como os bebês criam vínculo com a mãe através da amamentação e do afeto.
Mas o desenvolvimento dessa amizade, particularmente entre cães e humanos, se converte em algo que sobrepuja a mera satisfação dos seus instintos e de suas necessidades fisiológicas. Um estudo desenvolvido já há mais de dez anos pela Universidade de Viena, na Áustria, apontou que o “sentimento” dos doguinhos quando são separados de seus tutores é de insegurança e ansiedade. Por sinal, os mesmos que as crianças sentem na mesma circunstância.
Muitos pais de bebês que nascem em lares onde já existe a presença do pet costumam romper com a formação deste vínculo logo de início, sujeitando o animal a mudanças traumáticas: em muitos casos, a partir da chegada de mais uma vida, o cão perde o direito de dormir dentro de casa, de frequentar o quarto dos tutores e de transitar por ambientes próximos aos da criança. Há um medo – natural, diga-se de passagem – de que haja uma reação inesperada do cão sobre o bebê.
Até porque uma das características que o animal também carrega é a capacidade de identificar e imitar a alegria dos humanos. Por saber reconhecer que uma criança é motivo de alegria e cuidado pelos adultos, ele tende a preservar esses hábitos, colocando-se como alguém ativo no seio familiar. É exatamente o que você acabou de ler: o cão não é um ser indiferente às coisas que acontecem dentro de casa, mas procura participar desse acolhimento.
Casa, comida, água, conforto e... nova companhia! Algo que todo cãozinho simplesmente ama!
* Diretora-comercial da Au!Happy, operadora de plano de saúde para pets