Itamaraty tenta ajudar Diego Souza na Arábia Saudita

Lisandra Paraguassu
09/11/2012 às 18:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:03

O Itamaraty instrui a embaixada brasileira em Riad, na Arábia Saudita, a procurar o meia-atacante Diego Souza, que estaria sendo impedido de sair do país porque o seu clube, o Al Ittihad, não teria lhe dado a documentação necessária. O jogador, que joga no time saudita desde julho - antes, passou por Vasco, Atlético-MG e Palmeiras, entre outros -, não teria recebido salário nos últimos três meses.

De acordo o Ministério das Relações Exteriores, a comunicação sobre a situação do jogador foi encaminhada na manhã desta sexta-feira à embaixada, que deverá tentar contato com Diego Souza na cidade de Jeddah, onde ele mora, que fica a 847 quilômetros da capital Riad. Até o início da noite, no entanto, não havia informações novas sobre o caso - sexta é dia de descanso nos países árabes.

O Itamaraty foi informado da situação de Diego Souza pelo Ministério do Esporte, que, por sua vez, havia sido procurado pelo advogado do meia-atacante no Brasil. Segundo a assessoria do órgão, o jogador mesmo nunca procurou a embaixada.

O ministério deverá procurá-lo para oferecer apoio jurídico e na contratação de um advogado local que possa ajudá-lo na solução do problema com o Al Ittihad, mas o caso não é considerado de urgência porque o próprio jogador tem condições de se manter e de pagar por assistência jurídica.

Essa é a primeira vez que um jogador de futebol conhecido se vê envolvido com problemas de retenção de passaporte e impedimentos para sair de um país, mas casos desse tipo são comuns com atletas desconhecidos. Em junho, o Itamaraty divulgo uma cartilha direcionada especialmente a jogadores, modelos e artistas brasileiros que vão trabalhar no exterior e, com alguma frequência, se veem em situações semelhantes, especialmente em times do Oriente Médio.

Nos últimos dois anos, pelo menos 30 atletas brasileiros foram ajudados pelo Itamaraty em casos como o de Diego Souza. A maior parte deles, no entanto, não tem à disposição os recursos do ex-jogador do Vasco. Sem falar a língua, sem dinheiro às vezes até mesmo para fazer um telefonema, os jovens ficam à mercê de clubes e sem receber.

Em alguns casos, diplomatas tiveram que ir aos clubes negociar a liberação dos atletas. Situações desse tipo também acontecem com modelos, especialmente na Ásia, e com artistas, como músicos e dançarinos. Algumas das recomendações da cartilha são que o candidato pesquise sobre o futuro empregador, peça ajuda da embaixada local e não assine contratos que incluam, por exemplo, o desconto de custos de viagem e hospedagem.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por