Empresários esperam recuo nas vendas de fim de ano, melhor data do varejo

Giulia Mendes - Hoje em Dia
02/12/2015 às 07:01.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:10
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Às vésperas do Natal, considerada a melhor data para o comércio em termos de faturamento, a expectativa do varejo em Belo Horizonte continua desanimadora. Se no último mês de setembro a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) esperava um encolhimento de 0,5% a 1% nas vendas de fim de ano, na comparação com 2014, agora a previsão é a de que a queda gire em torno de 1,5% a 2%.

O pessimismo é resultado do cenário de retração econômica marcado pela inflação e pelos juros altos durante todo o ano. Para o vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, apesar do momento ruim, os consumidores não deixarão de comprar, já que a data tem forte apelo afetivo.

“O momento não é nada inspirador, mas mesmo gastando menos, as pessoas não deixarão de presentear. As famílias estão mais endividadas, mas acreditamos que os consumidores vão utilizar uma parcela do 13º salário para pagar as dívidas e a outra será destinada às compras de Natal”. Segundo ele, o tíquete médio deve ser de 5% a 10% menor. No ano passado, o gasto com presentes foi de R$ 30 a R$ 50, em média.

Diante disso, os comerciantes investem em estratégias como promoções e entrega de brindes para atrair os consumidores. Artifícios que antes eram utilizados somente nos shoppings da capital, as campanhas de sorteio de prêmios chegaram também ao comércio de rua neste ano. Até o dia 24 de dezembro, a CDL-BH vai sortear um carro, viagens e vales-compras para quem gastar R$ 70 nos mais de mil estabelecimentos participantes.

Gaspar, que é proprietário da papelaria Brasilusa, aderiu à campanha e oferecerá descontos em linhas de mochilas infantis para os pais que já pensam no presente de Natal como alternativa para os gastos com a volta às aulas. “Algumas mochilas sairão pela metade do preço. É um presente que será bastante útil no ano que vem”.

QUEDA AINDA MAIOR

A pesquisa mais recente da Federação do Comércio de Minas (Fecomércio) sobre expectativas do setor para o Natal mostrou que 41,8% dos 377 empresários entrevistados em BH estão ainda mais pessimistas.

Eles acreditam que a redução será de 9% na comparação com 2014. Conforme o estudo, 30,9% apostam num faturamento igual ao de 2014 e somente 27,3% esperam vendas melhores. “A maior parte dos entrevistados espera registrar um resultado pior no último trimestre, em comparação com o ano passado, seguindo a tendência registrada ao longo do ano”, diz a estatística da Fecomércio-MG, Elisa Castro.

Entre os principais motivos para o desânimo do varejo estão o endividamento do consumidor, os preços elevados e o fraco desempenho do setor.

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