Roupa masculina para todos os estilos

Lady Campos - Hoje em Dia
12/07/2015 às 12:07.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:52
 (AFP)

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Homem gosta de novidade sim. O recado foi reforçado durante as semanas de moda masculina do circuito Londres, Milão e Paris, e ganha espaço no Bela com a comemoração do Dia do Homem na próxima quarta.   “Este ano, por exemplo, aconteceu pela primeira vez a semana de moda masculina em Nova Iorque, e a semana de Londres (London Collections: men) está muito mais reconhecida”, afirma a executiva de atendimento ao cliente do site WGSN Sofia Martellini. A constatação vem de encontro com o crescimento do mercado e a chegada de novos estilistas. Somente em 2014, o segmento faturou US$ 443 bilhões em todo o mundo, 4,5% a mais que o ano anterior, enquanto a roupa feminina cresceu 3,7%, alcançando U$667 bilhões.    Londres tenta a consolidação como polo de moda masculino e disputa um lugarzinho ao sol lado a lado das estrelas, Milão e Paris, que até pouco tempo ditavam sozinhas as tendências.   Homens mais antenados   O cenário promissor tem como aliado o próprio homem, que segundo a consultora e diretora de moda do Fashion Snoops, Camila Toledo, vê a moda como forma de expressar sua personalidade ao mundo e não simplesmente como vestimenta tradicional. “A roupa para o momento de lazer ganha tanta importância e cuidado como aquela usada para trabalhar”.   Diante disso, uma enxurrada de referências – utilitárias, esportivas, militares e lúdicas – deu uma renovada nos looks mostrados na passarela do verão 2016. “Os temas estão centrados em momentos de lazer e inspiram os designers mais de vanguarda”, acrescenta Camila. Marcas como Burberry, Sibling, YMC, Louis Vuitton, Y Project, 31 Phillip Lim, segundo ela, passaram por uma reciclagem, mostrando roupas esportivas que funcionam bem tanto em ambientes formais quanto informais. As misturas vão desde paletó estruturado, camisa social e calça esportiva mais larga, curta e chinelo. Em outra vertente, tecidos tecnológicos e esportivos, a exemplo do náilon e do neoprene, foram bastante explorados em roupas mais sofisticadas como nos paletós.   Formal e informal   A liberdade de transitar pela sofisticação e casualidade abriu caminho para uma avalanche de chinelos. A gravata foi tirada de cena e houve grife que inseriu lenços superestilosos. A Louis Vuitton apostou no acessório e misturou streetwear ao brilho da seda. A grife abriu caminho para peças em couro, estampas asiáticas de flores e pássaros exóticos, além de bordados.    Recursos utilitários, como bolsos grandes, zíperes e cor cáqui, reforçam a importância da roupa funcional no verão 2016 e foram explorados de maneira inteligente nas coleções de Calvin Klein, Balmain, Kenzo, Sacai, Lemaire e 3.1. Phillip Lim.   Queridinha do street style, a modelagem mais próxima do corpo pode ser substituída no próximo verão, de acordo com Camila Toledo, por peças de proporções e silhuetas mais volumosas e quadradas. Exemplos não faltam: Y Project, Bottega Veneta, Thom Browne e Emporio Armani. Bermudas e calças inspiradas na roupa de skatista anunciaram também o retorno dos anos 90 nas coleções de Christopher Shannon, Fendi, Marni, Dries van Noten.   Ao se referir às calças mostradas por sua grife Emporio Armani na semana de Milão, o mestre Giorgio (Armani) foi categórico e brincou: “esta é um coleção menos formal, mas baggy e confortável – uma reação ao palito de dente”.    João Pimenta: Por uma roupa sem gênero   Estilista de vanguarda, o mineiro João Pimenta (radicado em São Paulo) desmitifica a máxima de que o homem brasileiro não gosta de inovações no vestuário. “O homem brasileiro é muito aberto a mudanças, já as marcas de roupas não inovam em quase nada. Têm medo”, alfineta. Ele também acredita que, em um futuro não tão distante, a roupa não terá gênero e as pessoas não ficarão presas à tendência.    “Eu imagino que as pessoas vão lidar com a roupa de outra forma. Não vão seguir tendência. O guarda-roupa será mais enxuto, o fast fashion vai acabar. Vamos unificar as roupas e todo mundo vai vestir a roupa de todo mundo”.   A passarela, para o estilista, funciona como um laboratório de experiências, onde João Pimenta provoca o espectador com mudanças que vão desde a apropriação de modelagens femininas a recortes inusitados, passando pela criação de tecidos em tear manual.    Para a coleção verão 2016, João desenvolveu jacquard brilhante e com várias padronagens, linho, seda e patchwork de renda, antecipando o que o verão 2016 mostrou na passarela europeia. “É uma linguagem de moda. A roupa de passarela é bem diferente; toma outra forma. Faço para chamar a atenção, para criar impacto, seja bonito ou feio, criar uma discussão. Quando chega ao consumidor, a roupa é para menino mesmo”, brinca.   Em seu ateliê, na rua Cônego Eugênio Leite, em Pinheiros, São Paulo, João Pimenta desenvolve roupa sob medida e peças prêt-à-porter. A clientela é eclética: publicitários, noivos, executivos a músicos como os garotos da banda mineira Dibigode. Para alegria de João, peça como o paletó, na qual o brasileiro costumava torcer o nariz, caiu no gosto da clientela do estilista. “Executivos usam e meninos skatistas misturam bermuda e paletó. A peça foi feita em sarja bem levinha, bem diferente do paletó com estrutura por dentro”   Conhecido por trabalhar a estética minimalista, fato que agrada em cheio o público feminino, ele também desenvolve linha de roupas com a marca de calçados West Coast, no qual é diretor criativo. As peças são vendidas em sites como Farfech e Dafiti.

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