(Lucas Prates)
Há quase uma década, quando o engenheiro de informática grego Ioannis Xylaras conheceu a futura esposa, a gerente de marketing Regiane, ele imaginou que poderia vir ao Brasil para visitar a família dela, em São Paulo. Mas, à época, não vislumbrou que essa viagem poderia ter um valor agregado: assistir a uma partida de futebol do país natal em uma Copa do Mundo.
Em 2014, Ioannis, de 43 anos, está realizando os sonhos de conhecer o lugar onde a mulher nasceu e de acompanhar, pela primeira vez, um Mundial de futebol. “É tudo ótimo: as pessoas, a comida, a recepção, a infraestrutura. Só falta a Grécia chegar à final”, afirmou o europeu, antes do início da partida de ontem, em que a Colômbia venceu por 3 a 0 no Mineirão.
Além da satisfação de encontrar a família de Regiane, Ioannis estava feliz com o “clima” que a Copa propicia. “Estou curtindo muito, e os colombianos são bem divertidos”, disse, vestido com a bandeira do país de origem e usando uma máscara típica dos antigos soldados gregos. Por conta do adorno, a todo momento ele era requisitado para tirar fotos.
Diplomacia
Funcionários do consulado da Grécia em São Paulo também vieram a Belo Horizonte.
O diplomata Giorgos Panagiotidis, de 33 anos, mora no Brasil há quatro anos e gostou do que viu na capital mineira. “BH é uma das cidades mais organizadas do Mundial”, disse.
Colega de trabalho dele, o também grego Dimitri Kalaitzakis, de 39 anos, defendeu que as pessoas vejam a Copa como uma festa. “Não adianta querer resolver todos os problemas do país de uma vez ou culpar o torneio por isso. Vamos festejar”, pediu o europeu, há uma década vivendo em São Paulo.
Dimitri discorda de analistas que afirmam que as Olimpíadas de Atenas, em 2004, foram uma das causas da crise econômica pela qual o país de origem dele passa atualmente. “A culpa foi das políticas que não funcionaram. As Olimpíadas melhoraram a Grécia e a infraestrutura de Atenas e trouxeram dinheiro”.
Passeio
Três ônibus com descendentes de gregos saíram de São Paulo na noite de sexta-feira e chegaram a BH no início ontem.
O grupo foi recepcionado pelo grego Kyriacos Aristidis Mavroudis, de 83 anos, no Brasil desde 1955. “É o máximo da alegria recebê-los aqui”, disse o anfitrião, emocionado.