Derrotada na Bahia, Eliana Calmon diz que sobe em palanque de Aécio

Folhapress
12/10/2014 às 13:55.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:35

SALVADOR - Derrotada na disputa por uma vaga no Senado pela Bahia, a ex-corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon (PSB), anunciou que vai apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais. Colocando-se à disposição para subir no palanque do tucano na Bahia, Calmon justificou seu voto alegando que não ficaria neutra e que Aécio seria a única alternativa disponível.
 
Para Calmon, que até dezembro do ano passado era ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça), não faria sentido "retornar ao caminho deixado para trás" com um apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). "Não dá [para apoiar o PT], sobretudo depois do que eles fizeram com [a candidata do PSB] Marina [Silva]. Eles a destroçaram, tornando qualquer apoio inviável", disse Calmon, que ficou famosa por criticar "bandidos de toga" na magistratura.
 
Ela explicou que o apoio ao tucano não se dá "por vingança", mas "por coerência", já que essa foi a decisão tomada pelo PSB. A Rede Sustentabilidade, partido em formação do qual Calmon faz parte, defendeu a neutralidade ou o apoio a Aécio entre seus militantes.

Pessoalmente, a ex-ministra diz que vê Aécio como uma possibilidade de alternância de poder e alegou que a eleição do senador mineiro para o Planalto representaria "um menor risco à democracia". Questionada sobre as razões de a reeleição de Dilma representar um risco, ela criticou a proposta da presidente de regulação dos meios de comunicação e disse ter ficado preocupada com o discurso de Dilma na ONU. "Aquilo me deixou preocupadíssima, pois ela fez um posicionamento político num lugar onde ela estava para representar nosso país", afirmou.

Descompasso

A posição de Eliana Calmon vai de encontro ao da sua companheira de chapa nas eleições deste ano, a senadora Lídice da Mata (PSB). Com uma trajetória marcada por alianças com o PT e embates com o DEM da Bahia -principal apoiador de Aécio no Estado-, Lídice afirmou que não seguiria a posição do partido de apoiar o senador mineiro. Até o momento, contudo, não divulgou apoio à reeleição de Dilma.

Tanto Lídice quanto Eliana Calmon foram derrotadas nas urnas no primeiro turno das eleições na Bahia, ficando ambas na terceira colocação da disputa. Calmon teve 8,4% dos votos válidos na disputa pelo Senado e foi derrotada pelo vice-governador Otto Alencar (PSD), eleito para o cargo com 54% dos votos válidos. Também foi superada nas urnas pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que teve 34%.

Lídice obteve 6,6% dos votos na disputa pelo governo da Bahia, vencida pelo petista Rui Costa já no primeiro turno. O ex-governador Paulo Souto (DEM) teve 37%.

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