Crise na indústria de bens de capital só deve passar em 2017

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
26/06/2014 às 07:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:09
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou queda no consumo (7,0%), no faturamento (2,2%), na utilização da capacidade instalada (0,3%) e na carteira de pedidos (4,1%) no confronto de abril contra março deste ano. O resultado, apresentado nessa quarta-feira (25) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), sela a crise enfrentada pelo setor e afasta as perspectivas de recuperação por, pelo menos, um ano.


Na avaliação do assessor econômico da entidade, Mário Bernardini, a falta de investimentos no Brasil, reforçada pelas incertezas geradas pelas eleições presidenciais de outubro, condena a indústria de bens de capitais a amargar números negativos até 2016.


“O governo terá que, obrigatoriamente, fazer acertos em 2015, já que está administrando preços importantes há dois anos –câmbio, combustível, energia elétrica. Isso vai ter que ser equacionado e, quando fizerem isso, haverá aumento da inflação. Então, o cenário para 2016 é tão complicado quanto para o ano que vem”, afirmou Bernardini.


Minas Gerais


Em território mineiro, a tendência é a de que os resultados sejam ainda mais alarmantes do que os nacionais, uma vez que a economia do Estado sustenta-se em pilares atualmente frágeis: o da indústria extrativa e o da indústria de transformação, ambos em declínio.


“Não temos números de Minas, mas, no mês passado, tínhamos uma estimativa de que aqui seria pior e isso se concretizou. Podemos afirmar que a tendência do Estado é ter um número pior do que o do Brasil, hoje, por causa desses fatores”, disse o diretor regional da Abimaq-MG, Marcelo Luiz Veneroso.


Reflexo disso já é observado na redução do nível de emprego. De janeiro para cá, aproximadamente 3.500 empregados foram dispensados das indústrias mineiras de máquinas e equipamentos.


“Se uma montadora de automóveis manda dois mil funcionários embora, o governo se mobiliza. Nós não conseguimos isso porque são são dois (demitidos) aqui, seis ali... Só que nós empregamos muito mais, porém, de forma pulverizada”, afirmou Veneroso.
 

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