(Murilo Amâncio/Divulgação)
Uma característica do Carnaval de Belo Horizonte é a mistura de vozes, ritmos e estéticas. Para não restringir essa pluralidade apenas aos blocos, eventos noturnos também têm diversificado as opções culturais na época da folia. É o caso do festival Tremor, que realiza nesta quinta (28) e sexta-feira (1º) uma edição de Carnaval n’A Obra. Gratuita, a programação traz bandas de rock mineiras e de outros estados.
Um dos destaques é o Far From Alaska, do Rio Grande do Norte, que se apresenta nesta sexta dividindo a noite com o mineiro Retrigger. Acostumada com os palcos de grandes festivais como Lollapalooza, SXSW e Download Festival, a banda toca pela primeira vez no “inferninho” mais querido da capital mineira.
“Estamos bem curiosos para tocar n’A Obra. Quando o show foi anunciado, muita gente falou que era o espaço preferido de BH, que tem muita história. Gostamos muito de tocar em lugares significativos para a cidade”, afirma a baixista da banda, Cris Botarelli. “BH é uma cidade onde sempre temos boas experiências”, completa.
Promover apresentações de artistas que normalmente não tocariam em uma casa como n’A Obra é justamente a ideia do Tremor, projeto que surgiu em 2016. “A ideia era fazer shows que o público nunca esperasse que veria n’A Obra. Foi o caso do Hurtmold, do Lee Ranaldo, do Rakta”, conta Marcelo Santiago, da produtora Quente, responsável pelo evento. “Já tinha um tempo que queríamos fazer uma nova edição do Tremor. Então, conseguimos o apoio da Belotur, no edital do Carnaval, e tudo se encaixou”, sublinha.
Sobre a escolha do Far From Alaska, o produtor ressalta que a banda combina esteticamente com a casa. “É uma das principais bandas de rock do underground na atualidade. Tocaram em vários festivais, gravaram dois discos super elogiados. Já tínhamos feito um show deles em BH, n’A Autêntica, que teve todos os ingressos esgotados”, assinala. “Colocamos na mesma noite o Retrigger, que faz um som bem diferente, que os millenials provavelmente não conhecem. Queríamos sair só do ‘rolê’ do rock e falar com o público: ‘escuta isso aqui também’”.
Santiago lembra ainda do Molho Negro, banda paraense que se apresenta hoje, junto com os grupos mineiros Oceania e Caipirinhas. “É um show bem para cima, uma das bandas mais legais ao vivo do Brasil”, diz o produtor. “O Carnaval de BH tem essa característica da programação ser muito diurna. Mas é legal ter opções noturnas, tanto para quem tiver fôlego para sair também à noite, quanto para quem não gosta da festa”, finaliza.
Serviço: Tremor Carnaval da Obra. Quinta (28) e sexta (1º), a partir das 21h, n’A Obra (Rua Rio Grande do Norte, 1.168 – Funcionários). Entrada franca, com liberação na fila da casa a partir das 22h.