Longa-metragem sobre Dominguinhos chega às lojas no formato de DVD

Elemara Duarte - Hoje em Dia
16/02/2015 às 10:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:03
 (Ding musa/Divulgação)

(Ding musa/Divulgação)

Encontros com colegas da música brasileira, imagens de arquivo com narração do homenageado, trechos de shows. Chega às lojas o DVD do longa-metragem “Dominguinhos” para tentar derrubar a velha máxima de que “o brasileiro é um povo sem memória”.

O sanfoneiro e cantor Dominguinhos (1941-2013) é considerado o “sucessor de Luiz Gonzaga” (1912-1989) – de certa forma até pelo próprio “rei do baião”, que também aparece no filme, em imagens antigas. Em 12 de fevereiro, o artista do agreste nordestino teria completado 74 anos.

“Quem urbanizou mesmo o que eu criei foi Dominguinhos, êmulo meu, que se mantém fiel ao Nordeste. Eu vim com a linguagem do sertão, com uma mensagem autêntica do nortista para a cidade. Dominguinhos veio com uma técnica muito avançada, com harmonias modernas, coisas que não amarram o público simples. Dominguinhos urbanizou o forró, levou-o para todas as classes, nos grandes centros urbanos, que é onde ele se apresenta”, explicou “Gonzagão”, em fala reproduzida por Eduardo Nazarian, um dos diretores do filme. Completam o time da direção Mariana Aydar e Joaquim Castro.

Nazarian explica que a trajetória musical de Dominguinhos dialoga com vários aspectos da história musical brasileira.

“Com a populari-zação da música nordestina no sul do país; a urbanização do forró; o apogeu e o declínio das orquestras de rádio; o surgimento da geração de grandes músicos nas noites cariocas dos anos 1960; o ostracismo da sanfona e da música nordestina; com o surgimento da bossa-nova e a redescoberta pelas gerações posteriores”, enumera.

FIEL ÀS ORIGENS

Mesmo com o mapa na mão para fazer a urbanização do “rastapé”, Dominguinhos não negava as raízes dele. “Tocou sanfona em feiras nordestinas, rodas de choro, clubes de jazz, salas de concerto ou casas de reboco com a mesma naturalidade”, diz o diretor.

O DVD mostra essa versatilidade do músico por meio de depoimentos de outros nordestinos tão admirados quanto ele, como Elba Ramalho, Djavan e o “bruxo” Hermeto Pascoal, mas também com participações do pianista João Donato e da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade.

Assim o pernambucano sustentou nos ombros, junto com o acordeom dele, o lado regional e universal da música que se propôs a fazer. “Isso é o mesmo que confirmar o que uma vez Guimarães Rosa usou como mote para seu ‘Grande Sertão: Veredas’: ‘O sertão é do tamanho do mundo’”, compara Nazarian. Para quem quiser ir além do DVD, está no Youtube a websérie “Dominguinhos +”, com conteúdo que não foi inserido no filme.

ENCONTRO: Gilberto Gil é um dos famosos que aparecem no documentário. Foto: Divulgação
 

 

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