Um quebra-cabeça made in Italy

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
06/08/2014 às 08:06.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:40
 (Alberto Reina)

(Alberto Reina)

Uma cidade “esplêndida”, “viva” e “solar”. É assim que a diretora e coreógrafa italiana Giullia Staccioli descreve a capital mineira, praça à qual, a bordo da companhia que capitaneia, a Kataklo’ Athletic Dance Theatre, volta para única apresentação, nesta quinta-feira (7), às 20h, no palco do Sesc Palladium.

Agora, a bola da vez é o espetáculo “Puzzle”, de nome já um tanto quanto autoexplicativo: o objetivo é que cada membro da companhia se torne um pedaço de um “quebra-cabeça”, “um elemento fundamental que encontra o seu lugar dentro do grupo em um ambiente criativo comum”.

Soam legítimos, os adjetivos empregados por Giulia para definir a capital mineira, posto que a diretora não precisa de grandes esforços para se lembrar das datas nas quais já passou pela cidade.

“Já estivemos em Belo Horizonte em 2004, com ‘Fair Play’, e depois também em 2009 (com ‘Play’) e 2011 (com ‘Light’), e sempre foi muito positivo”, diz ela, acrescentando que a passagem de agora encerra a atual turnê pelo Brasil, que também registrou paradas por São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador, respectivamente.

Transitando com desenvoltura pelo segmento nominado como “dança atlética”, a Kataklo’ tem como premissa conceder aos dançarinos (ou “atletas bailarinos”, no caso oito, atualmente) um espaço para serem também “autores” ou, como Giulia costuma dizer, “dancerthors” – termo que poderia ser traduzido como uma mescla de bailarinos e autores.

“Puzzle é uma apresentação que surpreende. Um espetáculo muito colorido (para quem duvida, é fácil encontrar trechos no YouTube), com coreografias do repertório da companhia”, define ela, lembrando que, no bojo da iniciativa, há pitadas de frescor e alegria.

Dispensável dizer que, pela própria especificidade do trabalho que a companhia desenvolve, no qual o atletismo entra como um importante pilar, os espetáculos não raro são, nas palavras de Giulia, extremamente “cansativos” para os dançarinos. “Em turnê, então, eles acabam se esforçando ainda mais, mas, claro, repousam nos intervalos de deslocamento e nos off”, aponta.

É justamente graças a pausas assim que a trupe aproveita para conhecer os países que visita. “Aqui no Brasil, em particular, há tantas coisas belas para ver que é só ter um tempo livre que já estamos circulando nas praças que nos hospedam”.

‘Eu danço dobrando-me’

A Kataklò Athletic Dance Theatre surgiu em 1995 e de cara chama a atenção pelo nome “estranho” – em grego, significa “eu danço dobrando-me e contorcendo-me”. Sediada em Milão, tem à frente Giulia Staccioli, campeã olímpica de ginástica rítmica e com rápida passagem pelo Momix, e o marido, Andréa Zorbi, jogador de vôlei, três vezes campeão europeu e duas vezes campeão do mundo. O primeiro espetáculo que o grupo estreou, em 1996, foi “Indiscipline”.

Grupo vem atuando em grandes eventos

Em 2004, a Kataklo’ apresentou-se pela primeira vez no Brasil, com o já citado “Fair Play”, em turnê vista em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Em 2005, estrearam “Livingston” e, em 2008, “Play”, com o qual também passaram por aqui.

Paralelamente aos espetáculos e turnês internacionais, o Kataklo’ é convidado frequente de grandes eventos, como a abertura ou encerramento de competições esportivas. Hoje, são 15 membros fixos, que se dividem em apresentações na Itália e outros países da Europa, bem como turnês por todos os continentes.

O grupo mantém rígida disciplina, que inclui ensaios diários, que podem chegar a 10 horas.

Desde a virada do século, a companhia tem sido constantemente vista em grandes eventos, como a comemoração do

“World Youth Day”, em 2003, quando se apresentou para o Papa João Paulo II e milhares de espectadores na Praça São Pedro, em Roma; ou na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Turim (2006), bem como na celebração do ano novo em Hong Kong, em 2007, dentre muitos outros.

“Puzzle” – Kataklo’. Nesta quinta-feira (7), às 20h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro)

Classificação indicativa: Livre. Duração: 90 minutos (com intervalo)

Ingressos: R$ 100, R$ 70 e R$ 40.

Assista um pouco da apresentação do grupo Kataklo:

 

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