(Bruno Cantini)
No final da última semana, o técnico Levir Culpi surpreendeu a todos ao acabar com a concentração antes dos jogos do Atlético. A medida chegou a causar apreensão na torcida, que não sabia como seria o comportamento dos jogadores alvinegros. Porém, logo após a vitória sobre o Atlético-PR, o comandante avaliou como a primeira experiência como positiva. Segundo o comandante, no primeiro jogo sem concentração, seus jogadores mostraram mais vigor em relação aos jogos anteriores. “Eles correram muito. Se desgastaram fisicamente. Tomara que não aconteça nada de desagradável”, disse Levir Culpi. Apesar do sucesso na primeira partida após a adoção, Levir explicou que a medida só será totalmente eficaz no futuro após os atletas da base serem conscientizados sobre a importância da conduta profissional. “Temos um problema brasileiro de educação. Temos atletas brasileiros muito mal formados na base. Se eles entenderem uma situação dessa, podemos fazer um time que se entrega na partida. Não é admissível encontrar um cara numa balada, e isso acontece no Brasil. Temos que educar as pessoas e o entendimento é a melhor maneira. Partiu de mim essa decisão e temos muita coisa a fazer”, avaliou o comandante. O dono da prancheta alvinegra aproveitou para questionar o calendário do futebol brasileiro e disse que as datas quase sempre próximas foram um dos motivos que o levaram a adotar o fim das concentrações. “O nosso calendário é ridículo. Nós passamos 15 dias na China, mais 15 na Argentina. Voltamos e já viajamos para jogar no Recife. Os jogadores ficam pouco em casa, nós também ficamos pouco em casa. Então, se você tem um grupo consciente que quer ser campeão, o mínimo que pode exigir desse grupo é que se cuide fisicamente”, explicou o comandante. Questionado se foi coincidência a adoção da medida logo após a saída de Ronaldinho, Levir confirmou que aproveitou o adeus do craque para tentar unir o grupo. “Eu queria que fosse um divisor de águas a saída do Ronaldo para começar um novo ciclo. Foi uma coisa que coloquei para eles depois da saída do Ronaldo”, completou o comandante alvinegro.