Mais da metade dos argentinos já votaram em primárias

Marina Guimarães, correspondente
11/08/2013 às 17:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:53

Cerca de 50% dos eleitores argentinos já votaram nas eleições primárias obrigatórias dos partidos políticos, realizadas neste domingo, dia 11. As urnas abriram às 8 horas e serão encerradas às 18 horas (horário de Brasília). Os argentinos escolhem os candidatos que vão concorrer a 127 vagas (metade) na Câmara dos Deputados e 24 (um terço) no Senado, representantes de oito províncias, em eleições no dia 27 de outubro. São mais de 90 mil mesas eleitorais e 30,530 milhões de argentinos aptos a votar.

O número representa 5,8% a mais que nas últimas eleições, em 2011, com a novidade da inclusão do voto jovem de 16 e 17 anos. Pela primeira vez, 592.344 mil jovens terão direito ao voto, mas não são obrigados a comparecer às urnas. Os menores habilitados a votar representam 1,9% do total de eleitores no país. "O ato cívico se desenvolve com absoluta normalidade e alto grau de comparecimento", afirmou o ministro do Interior e de Transportes, Florencio Randazzo, encarregado pela coordenação das eleições. Na Argentina não é a Justiça eleitoral que se encarrega dos pleitos, mas o Executivo.

Para o chefe de Gabinete da Presidência, equivalente ao Gabinete Civil, Juan Manuel Abal Medina, "as eleições primárias são um recorde em democracia". Segundo ele, o sistema obrigatório de voto tem sido muito "eficiente". Os candidatos votaram cedo na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país, com o peso de definir eleições presidenciais. As primárias indicarão o cenário das eleições de outubro, que começarão a delinear o mapa político dos últimos dois anos de mandato de Cristina Kirchner e de seu futuro político.

O resultado será uma prévia de como ficará composto o Congresso a partir de dezembro e um sinal de como estarão posicionadas as forças governistas e as opositoras para as eleições presidenciais de 2015, quando expira o segundo mandato de Cristina. Sem um herdeiro político definido e com seus seguidores desejosos de reter o poder nas mãos de Cristina, o governo busca obter maioria qualificada para poder dar impulso a uma reforma constitucional para habilitá-la a um terceiro mandato.

Para tanto, Cristina precisa ampliar a atual bancada de 135 deputados para 172 e a de senadores de 38 para 48. Os assentos que serão renovados foram eleitos em 2009, ano que o kirchnerismo sofreu sua única derrota eleitoral em 10 anos. As pesquisas de opinião mostram que o governo pode aumentar sua base no Congresso, mas todos eles descartam uma maioria qualificada. As atenções destas primárias estão colocadas sobre a disputa entre dois prefeitos da província de Buenos Aires, que lideram duas listas diferentes de candidatos a deputado: o candidato opositor da Frente Renovadora, Sergio Massa, e o governista Martín Insaurralde, da Frente pela Vitória (FPV).

Conforme última pesquisa realizada pela consultoria Poliarquía, Massa tem uma intenção de votos de 32,8%, seguido por Insaurralde com 30,1%. Os demais opositores estão concentrados em seis alianças e os melhores posicionados aparecem bem distantes.

Francisco de Narváez/Frente Unidos pela Liberdade tem 13,2% e Margarita Stolbizer/Frente Cívico, 12,9%. O restante está pulverizado entre outros candidatos e indecisos, com 4,5% e 6,5%, respectivamente. A pesquisa foi realizada nas grandes capitais com um universo de mil casos. Segundo o ministro Randazzo, o resultado das eleições deverá ser divulgado após às 21 horas.
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