Pimentel e PMDB se reúnem para espantar rompimento

23/04/2016 às 19:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:05

Por iniciativa do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes, uma das principais lideranças do PMDB, a bancada estadual peemedebista reúne-se com o governador Fernando Pimentel (PT) nesta semana para evitar incêndio na base aliada dele. O encontro servirá para acalmar a ambos, reafirmando a aliança entre eles e apagando o fogo de boato segundo o qual a direção do PT mineiro estaria defendendo o rompimento em retaliação “aos golpistas” alojados no governo mineiro, especialmente os peemedebistas, que comandam o impeachment da presidente em Brasília.

A inquietação cresceu depois que a tendência petista “Articulação de Esquerda” divulgou manifesto em seu site “Página 13” defendendo o rompimento (http://www.pagina13.org.br/resolucoes-e-documentos-da-ae/minas-gerais-tendencia-petista-cobra-saida-de-golpistas-do-governo-pimentel/#.VxpDdAAXHY1.facebook). “O Diretório Estadual do PT de Minas e o governador devem recompor o governo de imediato, exonerando os representantes das forças políticas conservadoras que fazem coro com o golpismo no Estado, a começar pelo PMDB que votou por unanimidade a favor do golpe”, pontuou o manifesto, que recebeu adesão imediata da presidente da CUT e do sindicato dos servidores da educação, Beatriz Cerqueira.

Lideranças do PT, como Durval Ângelo (líder do governo) e até Rogério Correia (líder do bloco governista e tido como um dos mais radicais), viraram bombeiro sob o argumento de que a tendência não seria representativa no PT mineiro. Desde que aconteceu o rompimento nacional, culminando com a abertura do impeachment, Pimentel tem alertado às lideranças petistas para não trazerem a crise para Minas. Na quinta, 21, durante as comemorações da Inconfidência Mineira, Pimentel adotou discurso conciliador e poupou o PMDB de críticas e ataques, ao contrário de seu partido em nível nacional.

O receio maior é dos peemedebistas, que se sentem hostilizados pelos petistas ainda que não tenham influência sobre a direção partidária, muito menos sobre o governador. A bancada peemedebista ainda se ressente das críticas de Beatriz Cerqueira, apontando que, se não fosse o PMDB, vários projetos de interesse do professorado não teriam sido aprovados, como a adoção do piso nacional salarial, o reajuste retroativo a janeiro deste ano e o resgate de assistência médica e hospitalar para os servidores da Lei 100 (não concursados) que estavam em licença de saúde no momento da demissão.

Romper com os peemedebistas seria um tiro no coração do governador, que já acumula enormes dificuldades administrativas e no Judiciário, após indiciamento da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em improbidade administrativa, entre outros. Ainda nesta semana, Adalclever Lopes deverá rejeitar pedido de impeachment apresentado há dez dias na Assembleia. De acordo com o corpo técnico da Casa, o pedido estaria mal fundamentado e sem sustentabilidade.

O presidente regional do PMDB e vice-governador, Antônio Andrade, disse que a boa relação com o governo dependerá mais dos petistas. O líder do PMDB e da maioria na Assembleia, Vanderlei Miranda, advertiu, lembrando que o principal erro da presidente Dilma foi o de desprezar o Parlamento.

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