Rashid dialoga com diversos ritmos em primeiro álbum

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
24/04/2016 às 15:41.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:05
 (Eric Ruiz Garcia/Divulgação)

(Eric Ruiz Garcia/Divulgação)

Rashid é conhecido no universo do rap há pelo menos quatro anos, mas somente agora o artista paulistano lança o primeiro álbum, “A Coragem da Luz” (Pommelo). Com 15 faixas, o disco segue bem o caminho do rap brasileiro contemporâneo, promovendo um intenso diálogo com várias linguagens.

“O objetivo era conseguir fazer nosso rap ‘conversar’ com a diversidade e riqueza cultural brasileira e negra mundial. Por isso trouxemos jazz, soul, samba, zouk e, até, rock pro álbum, mas com a consciência de que é um disco de rap, então tem que continuar batendo pesado”, conta o artista.

Realidade
Bater pesado significa tocar em feridas, como deve fazer um bom rapper. As questões vivenciadas por quem veio da periferia estão presentes em boa parte do repertório, mas sem deixar de lado um tom de esperança. Como fica claro em “Ruaterapia”, bela música que conta com Mano Brown e Max de Castro: “Por isso eu corro demais/ Pra sonhar, te querer, pra lutar por você”.

O atrevimento também faz parte das letras e, até mesmo, do título do álbum. “(O nome) tem a ver com a ousadia natural da luz. A luz não pede licença, se ela encontrar um fresta, ela entra. Ela também não se preocupa com o que é feio ou bonito, ela simplesmente ilumina e mostra tudo que está no alcance da sua faixa de luz”, explica o rapper.

Ijaci

Antes de se tornar Rashid, Michel Dias Costa vivenciou uma grande transformação. Aos 13 anos, a família deixou São Paulo para viver em Ijaci, cidade do Sul de Minas com 5 mil habitantes, onde viveu por quatro anos.

O impacto disso em sua vida foi tão grande que várias músicas tratam de Minas Gerais e Ijaci foi escolhida para o cenário das fotos que ilustram o encarte.

“Ali muita coisa aconteceu e muitos fatos, aliados ao meu gosto pelo rap, mudaram minha visão do mundo. Vivi perto de pessoas carismáticas e hospitaleiras, convivi com uma realidade pobre que não é mostrada, é diferente da pobreza de periferia de metrópole. A situação de vida era ruim, ao mesmo tempo em que a vivência era incrível. Foi muito bom pra formação do meu caráter, personalidade”, relata.

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