Anunciada a derrota do governo, o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Eduardo Cardozo, fez um pronunciamento e respondeu a perguntas dos jornalistas a respeito da votação na Câmara. Ele disse que o momento era de indignação e tristeza, mas afirmou que a presidente Dilma Rousseff seguirá firme na luta e não renunciará ao mandato.
“A presidente dedicou a sua vida a uma causa e nunca se acovardou. Agora a luta é pela democracia ao lado de todos aqueles que querem a manutenção do Estado de Direito do Brasil. Não esperem outra postura dela”, afirmou.
Segundo ele, as falas e debates durante a votação foram sobre tudo, menos sobre as acusações que recaem sobre a presidente, as chamadas pedaladas fiscais. “Isso mostra que a decisão foi puramente política”, ressaltou.
Para Cardozo, se consumada a decisão da Câmara no Senado, a data de ontem entrará para a história como Golpe de 16 de abril. “É um golpe contra a democracia e contra mais de 54 milhões de votos”, afirmou. Ele disse ainda que a presidente não é acusada de desviar um níquel sequer e seu nome não consta em nenhuma lista de propina, em um país onde uma série de pessoas estão envolvidas em atos de corrupção. “O processo de impeachmet foi aberto por um ato de vingança do presidente da Câmara”, finalizou. Eduardo Cunha está envolvido no Petrolão e é réu no Supremo.

Mandado
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou mandado de segurança proposto pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) que tentava juntar o pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer, ao processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Marco Aurélio negou todos os pedidos feitos pelo parlamentar, inclusive o que poderia suspender a votação de ontem na Câmara. Para o ministro, deve ser preservada a “autonomia” dos dois casos.

* Com Agência Estado
 

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