Depois das fotografias no estilo newborn – que registra os primeiros dias dos bebês naquelas poses super fofas – virar uma verdadeira febre, os pais ganham uma nova opção: os ensaios lifestyle.

A fofura continua sendo o centro das atenções, mas, agora, com direito a interação com a família. Dessa forma, as fotos posadas não têm espaço, pois a ideia é fazer registros espontâneos do cotidiano do bebê, em casa.

O fotógrafo Carlos Antonini, proprietário da empresa Origem, explica que a tendência surgiu a partir do trabalho da fotógrafa australiana Anne Geddes. Estourou na Europa e nos Estados Unidos e vem se fortalecendo no Brasil há cerca de um ano.

Em resumo, a proposta visa captar memórias afetivas, fatos que aconteceram de verdade dos quais a família poderá rever para o resto da vida. “São fotos da hora do banho, da amamentação, da troca de fralda, da rotina de cuidar do bebê”, exemplifica.

De acordo com Antonini, o lifestyle pode ser usado em outras ocasiões. Ele, por exemplo, fotografa e faz vídeos também de partos. “Mostro o pai chorando com o filho nos braços, a emoção dos familiares... Considero as cenas registradas no parto as mais linda, pois esse é um momento único”.

Retrata um estilo de vida

A advogada e consultora de produtos de nutrição Francini Carvalho Ribeiro, 35 anos, mãe de Davi, de 6 meses, não pensou duas vezes em aderir à novidade. Para ela, além de as fotografias ficarem mais bonitas do que as convencionais feitas em estúdio, é vantagem não ter que sair de casa para fazê-las.

“No estúdio, o bebê não sorri direito, porque está fora do ambiente dele. Em casa, ele responde super bem a todos os estímulos que você faz. Outro benefício do lifestyle é a garantia que, estando em casa, está tudo limpinho. Acho mais seguro, pois um bebê muito novinho ainda não tomou todas as vacinas”.

Francini destaca ainda que o ensaio retrata a maneira de viver de muitos pais. “Meu pai não foi muito presente na minha criação, porque trabalhava fora e não tinha esse foco (de educar). Isso mudou. Hoje, os pais estão mais participativos e as fotos revelam isso”, pontua.

Nostálgico

A fotógrafa Elisa Barros destaca que, desde pequenas, as pessoas aprendem que é preciso olhar para a câmera e sorrir. Por esse motivo, há clientes que ainda têm receio de “comprar” a ideia. “Mas, depois que elas veem as fotos, adoram”, comemora.

Assim como Carlos, Elisa acredita que lifestyle não é um registro para “o agora”. “Daqui uns dez anos, as fotos vão te fazer relembrar aquele momento e passam a ter um valor emocional”, considera.

A bancária Juliana Mesquita Trevas, 33, contudo, não precisou esperar tantos anos para sentir uma verdadeira nostalgia com os álbuns da filha, a Marina, de 1 ano e 10 meses.

“As fotos foram feitas a cada três meses, acompanhando cada fase da Marina até ela completar um ano. Quando olho, morro de vontade de voltar naquele dia. As fotos ficaram perfeitas. Agora, vamos fazer para o aniversário de 2 anos dela”.

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