Imensidão dos estragos ambientais dificulta contabilidade dos prejuízos

Aline Louise - Hoje em Dia
05/12/2015 às 07:41.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:13
 (REPRODUÇÃO)

(REPRODUÇÃO)

Um mês depois da avalanche de lama da Samarco sair devastando o que estava a sua frente, as comunidades atingidas pelo desastre contabilizam os prejuízos. Os 35 municípios mineiros afetados preenchem um formulário padrão, estabelecido pela força-tarefa montada pelo governo de Minas, com detalhes dos impactos socioeconômicos.

O levantamento das prefeituras deve agregar a dados que já estão sendo coletados por diferentes órgãos do governo, para formulação de um único documento, que deve ficar pronto em 10 de janeiro.

“A realidade das cidades é muito diferente. Teve distribuição de infraestrutura pública e privada, queda na arrecadação, corte no fornecimento de água, produtores que ficaram sem trabalho. São problemas diversos que vamos compilar para termos um raio X do problema”, diz o Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru), Tadeu Martins Leite, que coordena a força-tarefa.

Em todo Estado, a inatividade da Samarco, embargada desde a tragédia, deve gerar queda de 1 a 2% do PIB, segundo o governador Fernando Pimentel (PT). Isso representa menos R$ 9,74 bilhões que deixam de ser produzidos em Minas, tendo como base o PIB de 2013 (R$ 487 bilhões), o mais atualizado, segundo a Fundação João Pinheiro.

Localmente

Para Mariana, o impacto é proporcionalmente ainda maior. A mineração representa 80% da arrecadação, que em outubro recolheu R$ 8,32 milhões em Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), que é o imposto calculado sobre o faturamento líquido das empresas que atuam na região. A Samarco e a Vale são as maiores do município. O valor pago apenas pela Samarco não foi informado, mas deve girar em torno de 50% do montante.

Empregos

A dúvida sobre o futuro dos empregados da empresa também assombra a região. Só a Samarco emprega 2 mil pessoas, a maioria de Mariana, mas também de Ouro Preto, Catas Altas, Barão de Cocais e Santa Bárbara. Segundo o diretor do sindicato Metabase, Sérgio Alvarenga de Moura, a mineradora garantiu estabilidade até 1º de março, em acordo fechado nessa sexta (4), mas, depois, o que paira é a insegurança.

“A empresa deu essa data, até que ela tenha orientação para voltar a operar. A partir daí, vai elaborar as suas diretrizes. Hoje ela tem condições de operar com um terço da capacidade nominal”, informou.

A expectativa do sindicato é a de que a Samarco retome as atividades. “A economia de Mariana e todo o entorno depende disso”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por