Sorteio tirou da equipe chance de brigar pela taça continental

Alexandre Simões - Hoje em Dia
20/07/2015 às 07:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59

O primeiro infiltrado na Seleção Mineira foi o zagueiro Amaral, que aparecia no Guarani, de Campinas, como uma grande revelação. Ele foi chamado logo após a goleada sobre a Venezuela, na vaga de Neto, da Caldense, que foi cortado.

E formou dupla com Piazza nos 2 a 1 sobre a Argentina, dia 6 de agosto, no Mineirão. Uma semana depois, nos 6 a 0 sobre a Venezuela, também no Gigante da Pampulha, o parceiro de Amaral já era Luís Pereira, do Palmeiras, que foi chamado juntamente com o volante Ivo, do América-RJ, que ficou no banco.

Em 16 de agosto, Brasil e Argentina decidiram em Rosario, com a Seleção carregando a vantagem do empate, a vaga do Grupo 1 nas semifinais. E a histórica vitória brasileira por 1 a 0 foi fruto de um gol do meia Danival e de grandes defesas do goleiro Raul.

A intenção da FMF era sediar o quadrangular final da Copa América de 1975, como parte das comemorações dos dez anos do Mineirão. Mas a entidade não teve sucesso, pois a Conmebol decidiu que a fase também seria com jogos de ida e volta.

Cubillas

O adversário do Brasil foi o Peru, que vivia o maior momento da sua história com uma geração fantástica, que tinha como maior nome o atacante Cubillas.

Hilton Chaves e Martím Francisco chegaram a viajar para observar os peruanos jogarem, mas o Brasil, que já tinha outros infiltrados na Seleção Mineira, como o zagueiro Miguel e o atacante Roberto, ambos do Vasco, e o meia Geraldo, do Flamengo, foi surpreendido no jogo de ida das semifinais, perdendo por 3 a 1, em 30 de setembro de 1975, no Mineirão.

Com o resultado, a Seleção precisava de uma vitória por pelo menos três gols de diferença na volta, dia 4 de outubro, em Lima, para se classificar.
Se ganhasse por dois gols de diferença, o Brasil forçaria um sorteio para se conhecer o classificado à decisão.

E foi isso que aconteceu, pois com gols de Meléndez (contra) e Campos, a Seleção Brasileira fez 2 a 0 nos peruanos, num Estádio Alejandro Villanueva completamente lotado.

O presidente da Conmebol na época era o peruano Teófilo Salinas. E a convidada para fazer o sorteio, que teve a taça da competição como pote, foi sua filha. Para delírio dos quase 60 mil peruanos que lotavam o estádio, a moça tirou o nome do Peru. Acabava num sorteio a história da Seleção Mineira que defendeu o Brasil numa Copa América.

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