(Lucas Prates)
A admiração pela arte estampada no corpo levou mais de 15 mil pessoas ao Minascentro durante os três dias do BH Tattoo, maior convenção de tatuagem do Estado. Com aproximadamente 200 tatuadores do Brasil e de países como Suíça, Japão, Peru, Argentina e Chile, a 4ª edição do evento bateu recorde de público e de negócios fechados. “Crescemos 30% em relação ao ano passado, e as perspectivas para 2015 são as melhores”, comemorava ontem, no dia da “saideira”, Rômulo Alves de Freitas, um dos organizadores.
Realizado pelo Portal Tattoo e pela 440 Hertz, especializada em música eletrônica, o BH Tattoo movimentou cerca de R$ 450 mil nesta edição, entre tatuagens feitas e venda de material para profissionais. Ao todo, foram 79 estandes. A argentina Jan Jana ocupava um deles pela quarta vez consecutiva. “Adoro. Vou aproveitar a viagem e ficar na cidade por mais uns dias”, contou ela, enquanto tatuava uma garrafa de vinho, rosas e uvas no braço do analista de documentos Luiz Bazoli. “Sou fã e freguês”, disse ele sobre Jan.
A tatuadora suíça Belinda Pitschi também é presença constante em eventos sobre tatuagem no Brasil. “É muito interessante ver como os brasileiros estão trabalhando. Gosto das ideias e combinações”, elogiou Belinda, no bom português. Ela fica por aqui até 11 de maio.
Quem acaba de regressar ao país é Lore Morato, tatuadora belo-horizontina que passou oito anos na Alemanha, a trabalho. Após curta temporada na capital mineira, ela fará as malas novamente. Desta vez, o destino é os Estados Unidos. “A sensibilidade com bons materiais é uma coisa de se admirar lá fora”, afirmou.
DEDICAÇÃO
O mineiro Henrique Persil também levou sua arte à feira. Na sua estreia no evento, dedicou-se a uma cliente vip. Lorena Kellen optou por cobrir toda a perna, um traçado que levou três dias para ficar completo. O preço (entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil) e a dor não a inibiram. “Queria algo que fosse completamente diferente. O resultado ficou lindo, valeu a pena”, disse. Quando a tatuagem é convencional, pequena, o profissional consegue concluir até cinco trabalhos em um único dia.
Com 70% do corpo coberto por tatuagens, o técnico em radiologia Fagner Ramalho não resistiu a mais um desenho na pele. “Faço pela arte”, resumiu. Macson Magnani se inspirou na Liga da Justiça. E concorreu ao prêmio máximo na categoria comics. A partir de agora, ele leva nas costas os famosos super-heróis.