Jogo decisivo entre Itália e Uruguai marcado por rivalidade histórica

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
24/06/2014 às 07:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:07
 (Montagem/AFP)

(Montagem/AFP)

Se o começo da história da Copa do Mundo fosse representado por duas seleções, Itália e Uruguai seriam as escolhidas. Mas nesta terça-feira (24), às 13h, na Arena das Dunas, uma dessas campeãs mundiais ficará pelo caminho, ainda na fase de grupos.

Suárez de um lado, Pirlo de outro. Maestria e raça duelando. Itália e Uruguai medem forças em um jogo de vida ou morte e protagonizam um duelo que reúne o máximo do tradicionalismo nas Copas. Uma seleção desejará puxar o tapete da outra, como foi há quase cem anos, fora de campo.

No período Entre Guerras (1918-1939), as seleções que hoje lutam para continuar vivas davam as cartas dentro das quatro linhas. Bicampeão olímpico em 1924 e 1928, o Uruguai jogou em casa no primeiro Mundial. Mas a escolha do país sul-americano como sede foi contestada pela Itália, que gostaria de organizar a competição.

Houve boicote da Azzurra e somente quatro seleções europeias encararam a viagem de duas semanas até Montevidéu: França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia.

Quatro anos depois, com a influência de Benito Mussolini e a ideologia fascista, a Fifa concordou em promover a segunda edição da Copa na Itália. Eis que surge a vingança charrua pela não aceitação europeia da Copa de 1930.

O Uruguai abre mão de defender seu troféu e não participa dos Mundiais de 1934 e 1938 (na Itália e França, respectivamente). Sem um possível concorrente ao título, os italianos se tornam os primeiros bicampeões do mundo.

A Segunda Grande Guerra eclode e a Copa só volta em 1950, no Brasil. No retorno, o Uruguai empata com a Itália em número de títulos.

Apesar da enorme tradição que envolve a partida de desta terça, Itália e Uruguai vão se enfrentar apenas pela décima vez na história. Este será o terceiro encontro em Copas.

Houve um empate sem gols na fase de grupos, em 1970. Mas, em jogo com caráter eliminatório, a Itália se deu bem. Em 1990, despachou os uruguaios nas oitavas de final. 

Patriotismo uruguaio encarnado por italianos

Uma das marcas dos jogadores uruguaios é a paixão com a qual defendem a seleção. Este ponto de desequilíbrio foi ativado pelo treinador da Itália, Cesare Prandelli. O comandante italiano deseja ver o mesmo patriotismo uruguaio na Azzurra.

“O Uruguai tem um senso de patriotismo que nós não temos. Precisamos lembrar que estamos jogando pelo nosso país. Vamos precisar de força e coragem para vencer a partida”, afirmou o treinador.

Prandelli também deixou claro a relevância de entrar em campo com a máxima dedicação. Para ele, o compromisso da terceira rodada do grupo D é o mais importante da carreira.

“É o jogo mais importante da minha carreira. Desde que o sorteio dos grupos foi feito, nós sabíamos que a classificação só seria decidida no último jogo”.

Para evitar uma desclassificação prematura e repetir o fracasso da África do Sul, os tetracampeões devem usar o esquema com três zagueiros (a defesa da Juventus). Mas a grande mudança na Itália deve ser a escalação do atacante Ciro Immobile ao lado de Balotelli.

“Seria uma surpresa a escalação dos dois atacantes, com todos os aspectos positivos e negativos disso”, afirmou o goleiro Gianluigi Buffon, que considera uma derrota para o Uruguai um verdadeiro fracasso de seu time.

Recuperação

Luis Suárez foi o personagem do jogo contra a Inglaterra, ao fazer os dois gols da vitória depois de uma lesão no joelho. Mas os ingleses encararam um Luisito baleado. O que não será o caso do jogo em Natal. O principal jogador do Uruguai garantiu que estará em plena condição física para o duelo decisivo.

“Não estava 100% contra a Inglaterra, mas poderia influenciar psicologicamente na equipe. Meu joelho agora está em perfeitas condições”, disse o camisa 9.  

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