Pimentel poupa Temer e pede pacificação pelo crescimento

21/04/2016 às 20:50.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:03

O governador Fernando Pimentel (PT) seguiu à risca a orientação que deu ao PT mineiro e, ao contrário da direção nacional do partido, poupou o vice-presidente da República, Michel Temer, e o partido dele, o PMDB, de críticas e ataques em função do rompimento da aliança com o governo Dilma Rousseff (PT) e do processo de impeachment da presidente. Pimentel presidiu as comemorações da Inconfidência Mineira, nessa quinta (21), em Ouro Preto, e fez discurso genérico em defesa da liberdade, da democracia, do voto popular e, principalmente, da pacificação pela retomada do crescimento econômico.

Se o impedimento vingar no Senado, a exemplo do que aconteceu na Câmara dos Deputados, o governador mineiro não quer se indispor com eventual governo Temer, muito menos com o PMDB, que dá sustentação política ao seu governo. Por isso, orientou aos aliados para não trazerem para Minas a crise política nacional entre os dois partidos. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), recebeu pedido de impeachment do governador e havia combinado de rejeitá-lo ainda nesta semana.

Dois dias antes da votação da abertura do impeachment de Dilma, no domingo (17), o vice-governador, Antônio Andrade (PMDB), disse acreditar que a mudança de comando no país seria melhor para Minas e adiantou que, por ser presidente regional do PMDB, faria a “ponte” entre Pimentel e Temer. O governador foi a Brasília, nesse dia, defender o apoio da bancada mineira a Dilma, mas o resultado foi majoritariamente contra (41 a 12). O fogo amigo petista o culpou pelo baixo desempenho.

O vice-governador chegou a me dizer também, na sexta (15), que “Minas não sentirá falta de Dilma”, caso ela seja impedida, porque “ela não ajudou o Estado em nada”. Quando disputou a reeleição, Dilma contou o apoio integral do PMDB mineiro para derrotar o principal rival, Aécio Neves (PSDB), na base eleitoral dele. Prometeu em troca retomar as obras federais no estado, como as do Metrô de BH, de ampliação do anel rodoviário da capital e da rodovia Fernão Dias (BH-Valadares). Nenhuma delas avançou.

Economia em 1º lugar
Embora tenha vinculado a liberdade com a democracia, o governador priorizou mais a recuperação da economia e retomada do crescimento do que a manutenção do mandato presidencial da aliada. Segundo ele, seja qual for o desfecho da crise, o país precisa passar pela pacificação, sob o risco de, ao não fazê-lo, pôr em risco as conquistas sociais.

Afirmou ainda que o legado de conquistas é de todos os brasileiros e brasileiras, e “não desse ou daquele governo, deste ou daquele partido político”. Advertiu, novamente, que a recuperação das condições para o crescimento econômico e inclusão social só será possível se houver pacificação na política, que, conturbada, afetou a governabilidade do país. 

Policiais versus policiais
Ainda em Ouro Preto, houve confronto entre policiais militares ligados ao movimento associativo da tropa com policiais militares escalados pela segurança. A tropa de choque da PM fez cordão de isolamento e ainda usou spray de pimenta para impedir o acesso deles ao local do evento. Os policiais queriam protestar contra o parcelamento dos salários em duas e três vezes.

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