No dia 17 de janeiro, Pablo Mouche participava normalmente de um amistoso contra o Shandong Luneng e projetava um ano muito melhor para o Palmeiras, após quase cair para a Série B. Empolgado, sonhava alto até que uma contusão mudou seus planos. Ele sofreu uma grave lesão no joelho direito, passou por cirurgia e, após pouco mais de cinco meses, está de volta ao time e pode até já aparecer no banco de reservas contra o Vasco, domingo, pelo Campeonato Brasileiro. Animado e recuperado, o argentino de 27 anos promete muita luta e quer conquistar seu espaço com o técnico Marcelo Oliveira.
"Primeira coisa que eu queria era recuperar o joelho e agora quero estar no grupo, brigar por uma vaga, pegar ritmo de jogo e fazer uma competição sadia. Sei que comecei atrás dos meus concorrentes, mas estou feliz no Palmeiras e quero ganhar coisas importantes aqui. Não quero sair assim, como aconteceu ano passado. Não sei o que pode acontecer amanhã, mas hoje eu só penso em ganhar uma vaga", disse o atacante, em entrevista ao Estado.
A liberação para voltar aos gramados aconteceu na segunda-feira. Neste período, ele teve várias conversas com o técnico Marcelo Oliveira, que demonstrava preocupação em saber quando poderia contar com ele. "Marcelo me pergunta todo dia como estou me sentindo. Estou bem fisicamente e futebolisticamente normal", explicou.
Até conseguir soltar o sorriso durante a entrevista, Mouche passou por dificuldades e a ajuda de amigos e família fez a diferença para não desistir ou desanimar da recuperação. Tanto que conseguiu voltar até antes do previsto aos treinos. "No primeiro momento eu já sabia que era algo grave. Fiquei triste, bravo, com bronca e raiva do acontecido, mas no dia seguinte eu levantei a cabeça e deixei o pensamento negativo de lado. Tudo começa com a boa cabeça. O pensamento positivo faz muita diferença".
Algo que ajudou muito em sua recuperação foi o fato de a sua mulher ter engravidado. Durante a recuperação, Mouche "ocupou a cabeça" com a gravidez da esposa e conseguiu amenizar o sofrimento. O filho, que se chamará Vinícius, vai nascer em outubro e até lá o argentino espera conseguir buscar seu espaço, mesmo tendo de concorrer com tanta gente.
Em meio a tanta alegria e expectativa de bons tempos, dois assuntos parecem incomodar o argentino. O primeiro é fato de alguns torcedores criticarem o que eles acham ser uma demora para se recuperar. Recentemente, ele chegou a discutir com palmeirenses nas mídias sociais. "Ninguém agrada todo mundo. Nem o Messi, Neymar ou Cristiano Ronaldo. O que eu não gosto é de falta de respeito. Fiz um sacrifício grande, voltei antes do prazo, treinando três vezes por dia, para alguém que não sabe ou quer mentir vir falar coisas que podem confundir quem gosta de mim. Isso incomoda", explicou.
Outro assunto que ele evita comentar responde pelo nome de Dorival Júnior. O treinador deixou o Palmeiras criticando o atacante, que, segundo ele, não mostrava dedicação nos treinos e estava fora de forma. "Não quero saber (de aproximação com o treinador). Isso é passado. Se alguém quer saber como era minha condição física ou dedicação nos treinos, pergunte ao pessoal do clube. O que ele falou é a opinião dele. Ele sabe como sou e não tem importância para mim. Eu sigo no Palmeiras e com vontade de fazer coisas boas por aqui."
Por fim, mostrando bom humor, Mouche nunca escondeu que é torcedor do Boca Juniors. Ao ser questionado se ficou mais feliz com a contratação de Barrios, novo reforço do Palmeiras, ou Tevez, que retornou ao time argentino, não pestanejou. "Fiquei feliz com as duas contratações. O melhor é o Barrios, porque ele joga na minha equipe. São dois jogadores muito importantes, com passagens por grandes da Europa e desejo o melhor para ambos, principalmente para o Barrios, que fazendo gol me dá o que comer", disse, soltando uma gargalhada logo em seguida, de alguém que está feliz da vida e só quer voltar a fazer o que mais gosta. Ou seja, jogar futebol.
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