PSDB não é beneficiário do impeachment, e sim PMDB, diz Aécio

Estadão Conteúdo
22/03/2016 às 18:57.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:36
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), confirmou nesta terça-feira (22), que conversou com o vice-presidente da República, Michel Temer, quando fizeram conjunturas sobre um futuro governo. O tucano, entretanto, afastou a possibilidade de o PSDB participar do governo Temer ocupando cargos, diferentemente do que demonstrou José Serra (PSDB-SP) em entrevista ao jornal o Estado de S.Paulo dessa segunda-feira (21).

"Tive ontem, em São Paulo, uma longa conversa com Michel Temer. Uma conversa republicana em que avaliamos os cenários que estão a nossa frente. É muito natural que os presidentes dos dois maiores partidos brasileiros conversem em um momento como esse", afirmou Aécio. Segundo o senador, ele encontrou um vice-presidente "muito sereno e consciente do seu papel nesse instante".

Aécio também afirmou que o PSDB não tem benefícios com um eventual impeachment. "Não é o PSDB o beneficiário disso. Ao contrário, quem eventualmente assumirá o governo é quem participou deste governo até aqui", disse em referência ao PMDB. Segundo o tucano, o partido não fugirá de sua responsabilidade e ajudará a elaborar uma "agenda emergencial" para reconstruir o País.

"No meu sentimento, falo como presidente do partido, a nossa contribuição não é ocupando cargos num eventual futuro governo, é dando nosso integral apoio político e usando da credibilidade que dispomos com setores da sociedade para apoiar uma agenda emergencial para o Brasil", disse Aécio.

Quanto à entrevista que José Serra concedeu ao Estadão, sugerindo possível atuação na equipe econômica de um governo Temer, Aécio afirmou que esta é uma "opinião pessoal" do senador e que ele tem direito a exprimi-la.

Renan Calheiros

Aécio também demonstrou otimismo com o encaminhamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, há expectativa de que o processo tramite rapidamente pela Câmara e venha a ser aprovado também pelo Senado. Mas o tucano fez, novamente, críticas às posições do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Nós percebemos que a base do PMDB avança numa velocidade maior que o presidente do Senado. Ele tem sido cauteloso. Mas, do que conheço do senador Renan, ele não ficará contra uma posição que seja majoritária de seu partido", afirmou Aécio.

Pouco antes, Renan deu declarações relembrando que, ainda que autorizado pela Câmara, o processo de impeachment é avaliado pelo presidente do Senado. Ele também condenou a possibilidade de impeachment sem caracterização de crime de responsabilidade. "Quando o impeachment acontece sem essa caracterização, o nome sinceramente não é impeachment, é outro nome", disse Renan.

Logo em seguida, o presidente do Senado se encontrou com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e com o também peemedebista Marcelo Castro, ministro da Saúde. Ambos fazem parte da ala mais governista do partido.

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