Família doa acervo do maestro Luiz Aguiar à Fundação Clóvis Salgado

Pedro Artur - Hoje em Dia
02/07/2014 às 06:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:13
 (paulo lacerda/divulgação)

(paulo lacerda/divulgação)

Uma vida dedicada à música erudita e à ópera. Foram 87 óperas produzidas ao longo de 60 anos de carreira e que nesta quarta-feira (02) ganha mais um novo capítulo: extremamente atuante em vida, o maestro Luiz Aguiar (falecido aos 78 anos em março deste ano) deixa um legado para as próximas gerações, com a doação de seu acervo para a Fundação Clóvis Salgado (FCS) e também o lançamento de “Luiz Aguiar Maestro”, livro que, em mais de 300 páginas, retrata a história da ópera, com registros de produções realizadas no Estado entre 1959 a 1963.

Por essa carreira de grande prestígio nacional e internacional, a Fundação Clóvis Salgado presta homenagem ao maestro – primeiro regente do Coral Lírico da Fundação – a partir das 19h de desta quarta, no Foyer do Grande Teatro do Palácio das Artes. Na ocasião, será assinado protocolo de intenções entre a FCS e a família do artista para doação de seu acervo histórico sobre ópera, além do lançamento do livro – editado pela Livraria & Editora Graphar, de Ouro Preto, sob a supervisão de Paulo Lemos. Haverá ainda apresentação do Coral Lírico de Minas Gerais, com músicas de Carlos Gomes.

A presidente da Fundação Clóvis Salgado, Fernanda Machado, exalta o trabalho do maestro. “A história dele se confunde com a da Fundação, porque foi o fundador do Coral Lírico em 1979, e sempre atuante e presente na música erudita e operística da Fundação Clóvis Salgado.

Como maestro regente do Coral Lírico seja como convidado e, nos últimos anos, atuando como assessor especial da Fundação, não existia outro nome em Minas Gerais com mais conhecimento sobre a ópera que o maestro Luiz Aguiar”, destaca.

Uma das últimas contribuições do maestro foi com a montagem de “Rigolletto” por meio de suas diretrizes e pesquisa.

Fernanda Machado não esconde a felicidade com o acervo que será doado pelos familiares de Luiz Aguiar. “Visitamos a casa do maestro. E trata-se de um acerco significativo, com programas, partituras, audiovisual. Como maestro viajou o mundo inteiro. Em seus momentos finais ele tinha o desejo que esse conteúdo fosse doado à Fundação e também ficasse disponível para o acesso dos artistas”, lembra.

Paixão

Luiz Aguiar era um especialista na obra do compositor brasileiro Carlos Gomes e, pela paixão à música erudita e à ópera, abandonou dois cursos superiores, casos de Odontologia e Medicina.

“Ele deixou dois cursos incompletos para se dedicar plenamente à música. Ele passou uma vida inteira respirando música”, diz a sobrinha Maria da Glória Piló, que teve uma convivência muito próxima ao já saudoso maestro.

Uma carreira coroada de êxitos

Dentre os títulos e prêmios que Luiz Aguiar amealhou ao longo da carreira, destacam-se as Palmas de Ouro (1967, 1968, 1969), as Liras de Ouro (1970, 1971, 1972), como Melhor Maestro de Coro, Medalha e Colar da Inconfidência pelo Estado de Minas Gerais, em 2001, e a Comenda do Mérito Artístico pelo Collegium Artium, do Palácio das Artes.
 

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