Boris Feldman aposta em crônicas sobre rodas

Pedro Artur - Hoje em Dia
28/09/2014 às 08:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:23
 (Sempre um Papo/Divulgação)

(Sempre um Papo/Divulgação)

Livros que versam sobre automóveis existem por aí, aos montes, no mercado. A maioria, porém, faz a sua opção por um tom, digamos assim, mais bajulatório. Não é o caso de “Noiva Mecânica – Crônicas Ligeiras sobre Rodas” (Editora Gutenberg, 128 páginas), obra de autoria do jornalista e engenheiro mineiro Boris Feldman, que chega ao mercado com um chamariz e tanto: as ilustrações de Mario Vale, além da capa em tom retrô assinada por Diogo Droschi.   Por sua vasta experiência em ambas as profissões – no caso do jornalismo, o belo-horizontino atua na área desde 1966; já como engenheiro, trabalhou durante 20 anos na fábrica de autopeças Metal Leve/Mahle, nas áreas técnica e comercial –, Feldman trata, com rara sensibilidade e através de textos leves, desse “casamento” entre os brasileiros e os automóveis.    E põe o dedo na ferida: além das leis, é preciso ação das autoridades e, claro, educação, para a redução efetiva no número ainda assustador de acidentes registrados anualmente no país.   “O índice de acidentes no Brasil está entre os maiores do mundo porque não adianta lei sem fiscalização. E educação”, pontifica o autor, convidado do projeto “Sempre Um Papo” na próxima quarta-feira, dia 1º, às 19h30, no Oi Futuro.   Tecnologia   Boris Feldman é uma espécie de sumidade no assunto. Além de manter o Blog do Boris, no portal R7, produz e apresenta, há nada menos do que 25 anos, o programa de rádio “Auto Papo”, transmitido por mais de 30 rádios FM em todo o país.   Não bastasse, é colecionador de automóveis e diretor do Veteran Car-MG. Com toda essa tarimba, ele analisa que, com os avanços tecnológicos em curso, o brasileiro – que é indiscutivelmente um apaixonado por carros –tem, hoje, mais difícil para entender o funcionamento da máquina.    “Paixão ele tem de fato. Mas entender vai ficando cada vez mais difícil, pela complexidade eletrônica que vai tomando conta dos automóveis. O alicate e o arame, que resolviam muitos problemas no passado, deram lugar aos computadores”, observa.   O autor também lembra com que velocidade os modelos deixam de serem atrativos ao mercado de consumo. E a palavrinha mágica é novamente tecnologia – atrelada a “otras cositas”. “Porque quanto maiores os avanços tecnológicos e a concorrência, maior a rapidez de obsolescência dos modelos”, diz.    Histórias tantas   Nas 126 páginas do livro, Boris aborda diversos assuntos, como, por exemplo, os lançamentos “vexame”. E desfila histórias recheadas de humor, irreverência e, mais importante, informações. É impossível, por exemplo, não se comover com o resgate feito pelo neto de um Ford T do avô, que caiu no rio, em Uberaba, depois de décadas. Em outra crônica, “Injeita”, o leitor se depara com um retrato preciso e delicioso de um bate-papo entre dois mineiros. Absurdos das legislação brasileira são por ele destrinchadas, e os dez anos do flex estão longe de ser motivo de comemoração.   “Sempre um Papo” – Com Bóris Feldman. Dia 1º, às 19h30, no Teatro Oi Futuro (av. Afonso Pena, 4.001, Serra). Durante o evento – com entrada franca – o autor lança o livro e participa de debate com plateia.

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