Indústria mineira terminou 2013 com faturamento estagnado

Iêva Tatiana e Janaína Oliveira - Hoje em Dia
31/01/2014 às 07:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:42
 (Coca-Cola/Divulgação)

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O faturamento da indústria mineira ficou estagnado em 2013, com leve recuo de 0,05%. Ao mesmo tempo, houve incremento da massa salarial (1,73%), do emprego (2,60%) e das horas trabalhadas (3,04%), o que confirmou as preocupações dos industriais com a queda da produtividade. Ou seja, embora o caixa tenha encolhido, o custo para o empresário subiu.

Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada na última quinta-feira (30) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Os segmentos de produtos de metal e de metalurgia básica foram os destaques negativos, com quedas no faturamento de 21,26% e 5,78%, respectivamente.

“O grande impacto foi o governo Federal ter aumentado a alíquota de importação das placas metálicas. Com isso, os fornecedores de aço para o Brasil, principalmente os chineses, trocaram as chapas de metal que eles exportavam em grande volume por estruturas prontas, criando uma concorrência predatória para a produção nacional. Isso foi sentido aqui em Minas de maneira muito aguda”, disse o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gonçalves.

Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MG), Fabrício Augusto de Oliveira, a indústria mineira patinou influenciada, e muito, pelo comportamento do setor nacional. “O Estado avançou um pouco na diversificação da pauta, mas ainda somos muito limitados. Como a indústria mineira é baseada em commodities, metalurgia e mineração, consequentemente sofre com mais força os efeitos negativos da economia nacional e mundial”, comentou.

Na avaliação de Osmani Teixeira, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fiemg, 2013 foi difícil por diversos fatores, entre eles aumento de juros, inflação em alta, inadimplência e carga tributária cada vez mais pesada. “Só aumentaram os custos. Ações como aviso prévio proporcional ao tempo de serviço complicam a vida das indústrias”, afirmou.

Virada a página do ano, as projeções apontam para uma recuperação do setor, porém, com “os pés no chão”, segundo Lincoln Gonçalves. “No ano passado, muitos apostavam em um crescimento de até 4%; os mais pessimistas falavam em 3,5%. Já em 2014, os mais otimistas acreditam em apenas 2,5%”, ressaltou.

O resultado do ano passado só não foi pior graças a setores como de alimentos e bebidas, que tiveram um desempenho positivo em todas as avaliações, no mesmo período. Além do aumento da demanda interna, motivada, também, pela realização da Copa das Confederações no Brasil, novas plantas foram inauguradas em território mineiro e vários produtos foram lançados. “Isso tudo foi resultado da maturação de investimentos aliada à demanda favorável do mercado, que possibilitaram o crescimento dos setores”, disse Gonçalves.

Segundo ele, apesar de 2013 ser um ano eleitoral e de Copa do Mundo no país, as principais atividades industriais do Estado não deverão ser influenciadas pelos eventos, já que os principais segmentos, que correspondem a 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, têm pouca relação com a agenda de 2014.
 

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