Falta energia, sobram prejuízos para consumidores em Minas

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
30/07/2012 às 06:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:56
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

A qualidade da energia distribuída pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em 2011, foi inferior ao limite permitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O tempo médio que o consumidor ficou no escuro, representado pela Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), foi de 14h32, enquanto o limite era 12h92. O problema afeta cidades em várias regiões do Estado e gera prejuízos.

“Quando falta energia, não conseguimos fechar vendas, emitir notas fiscais e passar cartões de crédito. Há também quem perde mercadoria”, afirma o proprietário da loja de tecidos Kilometro, localizada em Brumadinho, Marques Kenedy Vieira.

Em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o DEC médio apurado foi de 24h86, acima do limite, de 21h. Conforme o proprietário da Kilometro, que também é presidente da associação comercial do município, as interrupções de energia na cidade são longas.

Segundo ele, sem energia, os comerciantes perdem venda. “Quando o cliente é antigo, nós anotamos. Quando não é, não tem jeito”, relata.

A cerca de 260 quilômetros de Brumadinho, em Timóteo, no Vale do Aço, a responsável pela lanchonete Curiango, Edileia Oliveira, também tem problemas com a demora no restabelecimento da energia. Ela explica que na lanchonete são produzidos salgados, além de outros produtos, que ficam armazenados em câmaras frigoríficas e freezers. “Quando a luz cai e o religamento demora, nós perdemos tudo. Já aconteceu algumas vezes”, diz.

A gerente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Timóteo (Aciati), Tânia Carvalho, afirma que é comum que o religamento da energia seja lento. “Da última vez, a luz acabou no meio da tarde e só voltou no final da noite. Os comerciantes sofrem com a demora”, comenta. Em Timóteo, o DEC (duração da interrupção) limite é de 11h. No entanto, o indicador apurou média de 16h22 em 2011.
Queda na segurança

Em Almenara, no Norte de Minas, o prazo para retomar o fornecimento de energia já chegou a quase 24h, segundo o gerente administrativo da associação comercial do município, João Machado Filho. “E quem sofre mais são os pequenos comerciantes. As indústrias têm gerador, eles não”, diz. Na cidade, o DEC apurado é de 12h56, contra limite de 11h.

Além dos prejuízos do comércio, o presidente da Associação Comercial de Viçosa, Arnaldo Dias de Andrade, aponta a falta de segurança como um dos impactos da lentidão no restabelecimento da luz. A cidade está localizada na Zona da Mata.

“Quanto mais tempo sem energia, mais tempo sem vender e sem segurança”, diz. Além da escuridão, ele lembra que os equipamentos de segurança, como alarmes e câmeras de vídeo, dependem de energia para funcionar.

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