Região Norte de BH terá o primeiro corredor ecológico da cidade

Igor Guimarães e Ricardo Rodrigues- Hoje em Dia
05/11/2014 às 08:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:54
 (FLAVIO TAVARES)

(FLAVIO TAVARES)

A prefeitura pretende criar o primeiro corredor ecológico de Belo Horizonte na região Norte da cidade. A ideia é promover a troca de biodiversidade entre quatro áreas verdes (parques do Planalto e Lagoa do Nado, Vila Olímpica do Atlético e Mata do Planalto), por meio da própria arborização urbana. Com o manejo de árvores e jardins, será possível criar uma conexão entre esses espaços, o que beneficiaria, principalmente, as aves. 

“Identificamos ali um potencial muito forte de preservação. Seria possível fazer esse aprimoramento com a vegetação das ruas”, diz a gerente de gestão ambiental do município, Márcia Mourão. Antes, será preciso realizar um levantamento detalhado das áreas verdes, identificando espécies de animais, tipos de árvores, nascentes, etc. O projeto – e a execução dele – dependerá de medidas compensatórias, exigidas de futuros empreendimentos de maior impacto na cidade. Portanto, não há previsão de imple-mentação da iniciativa.

De acordo com Márcia Mourão, Belo Horizonte possui mais de mil áreas verdes de pequeno porte, que, sozinhas, não têm o mesmo potencial de preservação se estivessem conectadas de alguma maneira. “Fizemos um projeto-piloto em quatro regiões, e a Norte foi uma delas. O que pretendemos é identificar áreas relevantes, que, conectadas, passem a ter relevância maior, permitindo a troca de biodiversidade”.

Mata do Planalto

Motivo de constantes protestos de conservacionistas, a Mata do Planalto integraria perfeitamente o corredor ecológico, mesmo se ali fosse executado algum projeto imobiliário. “Embora particular, é uma área com várias restrições ambientais. Não importa o que vier acontecer nesse local, uma parte é de preservação”, diz Márcia Mourão.

De acordo com ela, não há nenhuma proposta específica de preservação da mata por parte do município, justamente por ser da iniciativa privada.

A mata é considerada um dos últimos remanescentes de vegetação atlântica em Belo Horizonte, com mais de 20 nascentes do córrego Bacuraus.

Moradores temem mudança na lei

Depois de audiências públicas e carreatas em defesa da Mata do Planalto, moradores sugerem que a prefeitura indenize o proprietário do terreno, doando a ele lotes públicos. “A prefeitura tem mais de cem áreas, na PBH Ativos, que poderiam ser trocadas pela mata”, afirma Magali Trindade, da associação de moradores.

A construtora Rossi pretendia construir um grande empreendimento imobiliário no local, mas desfez os planos diante da pressão popular e de parecer técnico do Ministério Público. Em 2011, o MP recomendou a prefeitura que não concedesse alvará ao empreendimento.

O assunto não retornou à pauta do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam). Entretanto, Magali disse que os moradores estão apreensivos, tendo em vista possíveis alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo apresentadas pela prefeitura. A Rossi informou que o terreno não é mais de sua propriedade. 

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