Criadora de Harry Potter, J. K. Rowling quer manter pseudônimo

Elemara Duarte - Hoje em Dia
13/01/2014 às 07:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:18
 (Divulgação)

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O nome de J. K. Rowling tem poder! Mesmo sob um pseudônimo, a mãe do bruxo Harry Potter dá o que falar. É o caso do recém-laçado “O Chamado do Cuco” (Editora Rocco), romance policial que ela assina como Robert Galbraith, que seria um membro das Forças Armadas.

A jogada, porém, foi descoberta graças a um advogado fofoqueiro que revelou o segredo para uma amiga e, esta amiga, para um jornal, e o jornal, para o mundo. Resultado disso, foi divulgado no início deste mês: mil libras de multa (cerca de R$ 3.900).

Mas não será essa ocorrência infeliz que vai deter o pseudônimo que J. K. criou. “Sim, pretendo continuar escrevendo uma série como Robert. Acabo de concluir a sequência”, anuncia no site oficial. Os livros sairão ainda neste ano.

Fracasso súbito

A multa pode ser uma merreca perto dos milhões que a escritora britânica já faturou na vida. Mesmo que o teor dos livros que publique atualmente não seja lá essas coisas. 

Exemplo disso é “Morte Súbita” (Nova Fronteira, 2012), primeira ficção para adultos que J. K. fez depois do bruxo. Críticos e leitores mundo afora disseram que a história “não acontecia”, “era confusa”. Ou seja, o livro era chato.

Por essas e outras, no ano passado, no Brasil, o nome da loira acostumado aos primeiros lugares nas listas de best-sellers foi o mais vendido apenas na editora em que saiu, com cerca de 42 mil livros, conforme dados do site PublishNews, especializado em mercado editorial. Na lista dos 20 mais vendidos no ano, as vendas da inglesa ficaram a quilômetros de distância. 

O site mostra a lista sendo capitaneada pelo volume 2 de “Nada a Perder”, de Edir Macedo (Planeta do Brasil), com 849.600 livros vendidos, seguido por “Kairós”, do Padre Marcelo (Principium), com 410.447 exemplares. Lembre-se que a escritora vendeu mais de 450 milhões de exemplares pelo planeta com a série infanto-juvenil, tornando-se uma das maiores recordistas de todos os tempos.

"O Chamado do Cuco" prende leitor, mas amarga nas vendas

Em “O Chamado do Cuco”, Galbraith/Rowling mostra linguagem com um “quê” masculino – palavrões, gírias e tom “marrento”.

O livro conta a história de uma modelo problemática, Lula Landry, que morre em uma queda da sacada do apartamento dela. Suicídio ou assassinato? O irmão da vítima aciona o detetive Cormoran Strike, outro problemático, para averiguar o crime. 

Eis a trama ambientada na fria Londres, sob a égide popular de que realmente “problema chama problema” e sob o poder de que a escritora tem de ser uma boa “contadora de histórias”. Mas, vá com calma: J. K. ainda não é Agatha Christie.

Termômetro disso é a pouca venda. Na PublishNews, a lista de mais vendidos na primeira semana de janeiro mostra “O Chamado” em 19º lugar, com 1.959 livros vendidos. No mesmo período, nas 44 lojas da Leitura no Brasil, livraria com sede em BH, o lançamento está no 17º lugar, com 129 exemplares vendidos. O que é considerado pouco pelo Marketing da empresa, mesmo que todo mundo já saiba que o livro é da escritora de Harry Potter.  

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