Minas Gerais é o 3º em denúncias de violência sexual

Iêva Tatiana e Raquel Ramos - Hoje em Dia
19/05/2015 às 06:21.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:06
 (Reprodução)

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Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro com maior número de denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes feitas ao Disque Direitos Humanos (Disque 100), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), no primeiro trimestre deste ano. Na liderança do ranking estão São Paulo (737) e Rio de Janeiro (404).

Em todo o Brasil, foram denunciados 4.480 casos da violação, a quarta mais frequente no serviço da SDH/PR. Minas concentra 8,68% desse total.

Para o professor da PUC Minas, Robson Sávio, especialista em estudos de criminalidade e segurança pública, a extensão da malha rodoviária mineira contribui para o resultado.

“As BRs que cortam o Estado são um dos focos de exploração sexual de crianças e adolescentes, como já foi mapeado pela Polícia Rodoviária Federal e por conselhos federais. Associados a isso, temos problemas de extrema pobreza em algumas cidades do Norte de Minas”, avalia.

Balanço

As denúncias feitas por meio do Disque 100 tratam de mais de um tipo de violação. Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (18) pela Secretaria, 85% dos casos de violência sexual denunciados até março são referentes a abusos (quando o agressor utiliza força física, ameaça ou seduz a vítima visando à própria satisfação). Outros 23% dizem respeito à exploração sexual.

“Sabemos que esses números, apesar de altos, ainda representam apenas uma parcela da realidade, que, com certeza, é bem maior do que isso”, afirma Sávio.

Reação necessária

A ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Miriam Maria José dos Santos, também acredita que haja muitos casos ainda sem denúncia, escondidos entre quatro paredes.

“Muita gente continua com medo de telefonar para o Disque 100. É preciso ressaltar que a ligação é anônima”. Ela também aconselha que as pessoas façam a denúncia, mesmo que a exploração sexual de menores não tenha sido comprovada. “O Conselho Tutelar de cada município e o Ministério Público poderão averiguar a informação”.

Os dois especialistas reiteram, também, a importância de as denúncias não serem a única ferramenta no combate aos crimes sexuais contra menores. “Senão, a denúncia passa a ser apenas um diagnóstico da situação”, conclui Sávio.
 

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