Cinco frigoríficos de Minas são candidatos a fornecer carne ao gigante asiático

Raul Mariano - Hoje em Dia
21/05/2015 às 06:19.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:08

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai auditar, em junho, cinco frigoríficos mineiros de carne bovina no intuito de verificar se todos estão habilitados para exportar para a China. A medida é reflexo do acordo assinado entre o Brasil e o país asiático na última terça-feira (19), que extinguiu o embargo à importação da carne bovina brasileira. As exportações de oito plantas de carne bovina devem ser reabertas imediatamente e outras 17 devem ser habilitadas no futuro.

Hoje, Minas Gerais possui o segundo maior rebanho do país, com cerca de 24 milhões de cabeças.

A China tem o maior contingente populacional do mundo e o acesso a esse mercado consumidor vai garantir a expansão de um setor estratégico para Minas. O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, João Cruz Reis Filho, avalia que o momento representa uma oportunidade para que os pecuaristas mineiros melhorem a eficiência zootécnica do rebanho e garantam novos mercados.

“No período de 2004 a 2014, a variação do consumo doméstico de carne bovina na China cresceu cerca de 25%, passando de 5,6 milhões para 6,9 milhões de toneladas”, afirma.

A coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, avalia que a tendência é de uma parceria comercial cada vez mais forte entre Brasil e China.

Isso abre possibilidade para que possamos vender também outros produtos como café e leite. Hoje, 70% da soja que exportamos vai para a China”, comenta a coordenadora, lembrando que há projeções para que as importações de carne pelos chineses cheguem a 5 milhões de toneladas por ano.

Segundo Aline, o único cuidado a ser adotado pelos pecuaristas é expandir as exportações para outros países além da China, para evitar a dependência de um único mercado comprador.

“Temos diversificado nossa balança nos últimos anos e ainda que essa reabertura fortifique nossa parceria, é necessário diversificar os mercados”, alerta.

Retomada

Em 2014, as exportações brasileiras de carne bovina geraram US$ 17,4 bilhões de receita. Com a reabertura do mercado chinês, há expectativa de que as exportações movimentem pelo menos US$ 4,5 bilhões adicionais por ano .

O embargo do país asiático à carne bovina brasileira estava vigente desde 2012, em razão da descoberta, em território brasileiro, de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a doença da vaca louca.
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por