Seminário homenageia psiquiatra italiano e discute políticas antimanicomiais brasileiras

Hoje em Dia
03/12/2014 às 17:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:15
 (Divulgação)

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O Seminário "35 anos de Basaglia no Brasil: a marca de uma prática revolucionária", discute, a partir desta quarta-feira (3), até a próxima sexta-feira, (5), a política psiquiátrica brasileira. O evento homenageia  o psiquiatra italiano Franco Basaglia, importante liderança nas transformações do sistema de saúde psiquiátrico do Brasil e da Itália.    Durante os três dias ficarão expostas obras de arte produzidas pelos usuários do serviço de saúde mental de Belo Horizonte e serão feitas mesas de discussões inspiradas na produção teórica e literária de Franco Basaglia. O Seminário acontece no auditório da Escola Superior Dom Helder Câmara e a mesa de abertura contará com a presença do Ministro da Saúde, Arthur Chioro.   Franco Basagilia   Basagilia foi defensor, no início da década de 1970, de um novo tipo de tratamento aos portadores de doenças mentais, no qual se baseava na liberdade e na recuperação da dignidade da pessoa, perdida nas internações nos manicômios. Apoiado por pacientes, familiares e profissionais da área, o psiquiatra proveu, por meio da lei 180, conhecida como Lei Basaglia, a substituição do tratamento hospitalar e manicomial por uma rede territorial de atendimento.   O médico esteve por três vezes no Brasil entre os anos 1978 e 1979. Em uma destas visitas participou do III Congresso Mineiro de Psiquiatria, importante acontecimento na reforma psiquiátrica no país. Durante o congresso, em visita a Belo Horizonte e Barbacena, Basaglia conheceu os principais hospitais psiquiátricos do Estado na época, os quais classificou como "campos de concentração" e "casas de tortura". Neste mesmo período, o cineasta Elvécio Raton lançou o documentário, "Em nome da Razão", dando início às denúncias de maus tratos que impulsionaram as discussões sobre a nova política.   Novos tratamentos   Em 1996 foi inaugurado, em parte das dependências do hospital de Barbacena, o Museu da Loucura. O espaço proporciona aos visitantes, conhecer e aceitar a realidade do portador de sofrimento mental.  Atualmente a instituição é ligada à FEMIG e promove atenção à saúde e à cidadania, por meio de tratamento a pacientes em fase aguda, usuários de álcool e outras drogas, entre outros.

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