General Enzo Peri deixa comando da 6ª Região Militar

Tânia Monteiro
13/08/2012 às 11:00.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:25

Depois de ter irritado a presidente Dilma Rousseff e o comandante do Exército, general Enzo Peri, por ter confraternizado com os grevistas da Polícia Militar da Bahia, o general de Divisão Marco Edson Gonçalves Dias deixa na próxima sexta-feira o comando da 6.ª Região Militar para gerenciar uma "escrivaninha", como o jargão militar trata os cargos burocráticos de menor importância.

O até então todo poderoso "general do Lula", como muitos o chamavam - por ter sido responsável pela segurança do ex-presidente durante os oito anos de governo -, foi exonerado do comando da 6.ª RM e nomeado para ocupar o cargo de diretor de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social do Exército.

A designação, apurou o jornal O Estado de S.Paulo, desconcertou o general, que acabou se tornando uma das vítimas do novo estilo de governar de Dilma. Embora a decisão tenha sido tomada diretamente pelo comandante do Exército, ele não deixou de consultar seus superiores.

O general Gonçalves Dias não gostou nem um pouco. Ele já sabia que seu comando estava combalido, desde fevereiro, quando foi repreendido por ter aparecido, em rede nacional, dizendo aos grevistas que iria negociar com os amotinados e assegurado a eles - para alguns já havia até ordem de prisão decretada pela Justiça - que nada aconteceria.

A conduta desagradou o Exército e o Planalto. Um outro general, Odilson Sampaio Benzi, comandante Militar do Nordeste e superior hierárquico de Gonçalves Dias, foi chamado a Salvador para assumir o comando das negociações e endurecer com os grevistas, encerrando o movimento em seguida.

Assim que soube para qual cargo seria "movimentado", o general buscou uma outra alternativa, tentando um posto com mais expressão. "De fato esse não é dos cargos mais prestigiados do Exército", disse um general à reportagem, lembrando que Gonçalves Dias já estava desgastado na Força por ter preferido se afastar do Exército, ficando um longo período no Palácio do Planalto, ao lado de Lula.

Mesmo tendo sido tão próximo ao ex-presidente, não havia o que fazer. A decisão de ele ir para o cargo administrativo do Exército já havia sido tomada. O "general de Lula" deverá permanecer por lá por pouco mais de um ano, quando deverá ser transferido para a reserva, sem alçar a quarta estrela, o cargo mais alto do Exército, como desejava. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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