Presidente do TRT defende conciliação para resolver conflitos trabalhistas

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
18/01/2015 às 09:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

A presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, desembargadora Maria Laura Franco Lima de Faria, entrevistada da “Página 2” desta segunda-feira (19), destaca a conciliação como uma das maneiras mais eficazes de pôr fim aos conflitos trabalhistas. Para ela, falta gestão de pessoas e maior capacidade de negociação entre as empresas, principalmente nos segmentos de confecções ou na construção civil, onde há maior número de processos.   Após ter recebido 235 mil novas ações em 2011, 254 mil em 2012 e 262 mil em 2013, até outubro de 2014, esse número já tinha chegado a 250 mil , segundo dados disponibilizados pelo Tribunal de Minas.   “Atuar preventivamente no conflito é um pouco difícil nessa área do Trabalho. O Judiciário não pode interferir em uma empresa. A gente faz trabalho educativo com sindicatos, através do direito coletivo, estabelecendo regras próprias para cada categoria. Fazer a conciliação na primeira audiência ou os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) também previne bastantes conflitos”, afirma.   Além das semanas de conciliação da Corte mineira do Trabalho, há núcleos permanentes de conciliação na 1ª e a 2ª Instâncias. “O que está faltando nas empresas é priorizar o RH, a gestão de pessoas, o planejamento estratégico. As pessoas não têm aquelas conversas amigáveis com o patrão ou com o funcionário. Já ameaçam greve ou acionar a Justiça”, acrescenta.   Por outro lado, o número de processos solucionados na 1ª Instância também aumentou, de 230 mil em 2011 para 243 mil em outubro de 2014.   Na ocasião, a presidente da Corte do Trabalho em Minas destacou o trabalho interno feito para aproximar o corpo técnico da cúpula, previsto no planejamento estratégico dos próximos cinco anos da Corte. “Aqui no Tribunal estamos incrementando essa parte, capacitando nosso pessoal para ser gestor. Temos um programa que é o canal do servidor com a administração. Eles nos apresentam quais são os problemas do setor e trazem para a administração, se não a administração fica muito isolada”, conta a presidente do TRT. “Eu, como presidente, estou preocupada com a atividade fim, quero processos julgados, todo mundo trabalhando feliz, mas de repente tem um detalhe que a gente não está sabendo, que não está chegando aqui. Por isso esse programa”, completa.

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