Atlético é bicampeão mineiro mesmo com derrota no Mineirão

Vinícius Las Casas - Hoje em Dia
19/05/2013 às 18:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:49

O Atlético é o campeão mineiro 2013, renovando o título que foi conquistado no ano anterior. O Cruzeiro até venceu o confronto no Mineirão, por 2 a 1, gols de Dagoberto (2) e Ronaldinho Gaúcho, mas a festa foi feita pela torcida e jogadores atleticanos, dentro do estádio que a Raposa costuma jogar. 

O JOGO

Precisando da vitória, o Cruzeiro tentou, de cara, tomar conta do jogo. A bola ficava mais nos pés dos celestes nos primeiros minutos. O Galo, por outro lado, usava uma velha máxima do futebol: "bola para o mato que o jogo é de campeonato". Muitos chutões por parte dos alvinegros, tentando evitando que a Raposa rondasse a área de Victor.

O Cruzeiro teve seu primeiro lance de perigo aos quatro minutos. Everton Ribeiro sofreu falta de Josué, na cobrança, Egídio tentou mandar para a área, mas a bola desviou em Bernard e se perdeu na linha de fundo. O Galo se fechava na defesa. O contragolpe era a principal arma alvinegra. Para isso, Ronaldinho ficava mais livre para criar e tentar armar uma boa jogada aproveitando a velocidade de Bernard e Diego Tardelli, além do poder de finalização de Jô.

Aos nove minutos, a Raposa armou sua melhor chance. Dagoberto deu passe açucarado para Borges, o centroavante finalizou rasteiro, e Victor fez defesa espetacular. Na resposta, Bernard recebeu bola desmarcardo, o jovem finalizou de primeira, mas como a perna era a esquerda - a que não é a boa - o chute saiu mascado e sem perigo.

A Raposa era melhor que o Atlético nos primeiros quinze minutos. Fábio, até então, era apenas um espectador de luxo do confronto. E o domínio celeste teve seus frutos aos 16 minutos. Dagoberto driblou Gilberto Silva, que cometeu pênalti no atacante. Na cobrança, o próprio Dagol foi para a cobrança e anotou o primeiro para os celestes: 1 a 0.

O Galo acordou após o gol sofrido. Na sequência, aos 18, após boa triangulação, Tardelli deixou Jô na cara do Gol. O camisa 7 buscou o cantinho, mas Fábio fez linda defesa. Aos 20 minutos, o Atlético inverteu a posição dos seus atacantes de ponta. Diego Tardelli foi para a esquerda; Bernard para a direita. Como resposta, Marcelo Oliveira inverteu a posição dos zagueiros Léo e Paulão.

Aos 28, Victor mostrava que poderia se tornar o nome atleticano no confronto. Paulão, aproveitando bate-rebate na área, rolou para Diego Souza, que emendou um lindo chute, mas o goleiro atleticano fez boa defesa. Um minuto depois, Bernard cruzou para o meio da área, Tardelli desviou, anotando o gol, mas o auxiliar já anotava o impedimento.

Aos 31, mais uma penalidade para a Raposa. Cruzamento para a área, Borges foi chutado por trás pelo lateral-esquerdo Richarlyson. Dagoberto, de novo, foi para a cobrança e guardou mais um: 2 a 0. Aos 37, a melhor chance do Galo. Marcos Rocha errou o cruzamento, mas a jogada deu (quase) certa. A bola explodiu no travessão de Fábio e assustou os cruzeirenses no Mineirão.

Aos 44, Victor defendeu uma bola alçada à área e buscava sair no contragolpe. Borges empurrou o goleiro, que caiu ao chão, e recebeu o cartão amarelo por essa falta.

SEGUNDO TEMPO

A segunda etapa começou um pouco mais violenta. Marcos Rocha e Dagoberto discutiram. Ronaldinho Gaúcho, tentando cavar uma penalidade, deu uma cabeçada em Leandro Guerreiro. Por essa falta, o camisa 10 do Galo foi advertido com o cartão amarelo. No campo, o Atlético demonstrava estar mais ligado do que no período anterior. Com Diego Tardelli ligado, os alvinegros rondavam mais a área cruzeirense.

E a postura atleticana começou a dar resultados. Tardelli puxou um veloz contragolpe e deu passe para Jô, que se projetava sem marcação. O centroavante finalizou de canhota, mas Fábio fez grande defesa. Com o Galo mais presente no campo de ataque, a Raposa não conseguia incomodar a zaga alvinegra.

Aos 13, o Galo teve mais uma grande oportunidade. O atacante Jô pegou rebote da zaga cruzeirense e chutou. A bola explodiu na trave celeste. Três minutos depois, em jogada ensaiada, Bernard levantou bola na área, Rever, livre, cabeceou na pequena área e Fábio operou um milagre.

Aos 19, o Cruzeiro acordou; Borges driblou adversário na intermediária e soltou a bomba, Victor, mais uma vez, fez bela defesa. Ceará, mancando, teve que deixar o campo. O lateral-direito Mayke foi acionado pelo técnico Marcelo Oliveira. Pelo lado do Galo, Cuca mandou a campo o meia-atacante Luan e sacou Bernard.

Se a primeira etapa foi quente, com inúmeras chances de gol, o segundo tempo foi com menos oportunidades claras. Jô sentiu uma lesão no tornozelo após choque com Egídio e teve de ser substituído. Alecsandro entrou em campo. Com um primeiro tempo em alta velocidade, os cruzeirenses parecem ter se cansado e não agridem com tanta força o Galo. O time de Cuca tem mais a posse de bola e joga com o regulamento debaixo do braço.

A esperança cruzeirense, que esteve alta ao fim do primeiro tempo, começou a diminuir. Egídio errou o passe e entregou nos pés de Luan. Aos 33, Ronaldinho Gaúcho foi para a cobrança, bateu firme e deixou o Galo com a mão na taça: 2 a 1. O gol fez os torcedores atleticanos cantarem o hino a plenos pulmões no Mineirão.

Cuca colocou mais proteção na zaga. Diego Tardelli deixou o campo e Leo Silva reforçou o setor defensivo do Galo. O Alvinegro mais retraído comemorava cada desarme ou defesa como se fosse um gol. Marcos Rocha, aos 41, ainda fez um lance maravilhoso e obrigou Fábio a fazer grande defesa, evitando o empate.

Luan fez falta violenta em Dagoberto e foi expulso. O atleticano se jogou ao chão para ganhar tempo e pedindo a entrada da maca. Este lance ocasionou uma confusão generalizada, com o atacante Luan, do Cruzeiro, que estava no banco de reservas, se exaltando. Lamentável a atitude de ambos os times. Um confronto que, até então, tinha sido limpo e na bola, com poucos lances violentos, terminou de uma forma triste.

Ao apito final de Leandro Vuaden, árbitro do confronto, a festa atleticana foi completa. A grande vantagem conquistada no Independência fez com que os alvinegros entrassem com o regulamento debaixo do braço, vibrassem com mais um título estadual e levantassem o troféu na casa da Raposa. Parabéns, Galo!
 

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 2 X 1 ATLÉTICO

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 19 de maio de 2013 (domingo)
Horário: 16 horas(de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (FIFA/RS)
Assistentes: Rodrigo Pereira Jóia (FIFA/RJ) e Rodrigo F. Henrique Correa (FIFA/RJ)
Cartões amarelos: Borges, Leandro Guerreiro, Diego Souza e Nilton (Cruzeiro); Gilberto Silva e Ronaldinho (Atlético)
Cartão vermelho: Luan (Atlético)
Gols: CRUZEIRO: Dagoberto, aos 17 e aos 32 minutos do primeiro tempo
ATLÉTICO: Ronaldinho, aos 33 minutos do segundo tempo

CRUZEIRO: Fábio; Ceará (Mayke), Paulão, Léo e Egídio; Leandro Guerreiro, Nilton, Everton Ribeiro e Diego Souza (Ricardo Goulart); Dagoberto e Borges (Anselmo Ramon)
Técnico: Marcelo Oliveira

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Réver, Gilberto Silva e Richarlyson; Josué, Leandro Donizete, Bernard (Luan), Ronaldinho e Diego Tardelli (Leonardo Silva); Jô (Alecsandro)
Técnico: Cuca

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