Silva está ainda mais "oitentista"

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
21/04/2014 às 13:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:14
 (Rui Aguiar)

(Rui Aguiar)

O capixaba (Lúcio) Silva não vivenciou a cultura dos anos 80. Mesmo assim, sua música bebe totalmente das referências daquela década, quando teclados e sintetizadores eram experimentados à exaustão no universo da música pop. Isso estava claro em seu primeiro disco, “Claridão” (2012), porém fica ainda mais evidente no recém-lançado “Vista pro Mar” (Slap/Som Livre).    “Eu não sei exatamente como comecei a gostar dessas referências, mas quando era bem novinho ganhei vários discos gringos que tinham essa influência”, explica Silva. “Sempre ficava incomodado com a divisão entre a música gringa e a brasileira, sendo que, nos anos 80, não havia tanto essa divisão. Todo mundo experimentava o que estava acontecendo no resto do mundo”.   Embora dialoguem com as mesmas influências, “Claridão” e “Vista pro Mar” ficaram bem diferentes. Enquanto o primeiro foi construído em um tempo bastante curto, porque Silva devia seguir o cronograma do selo Slap, o segundo foi realizado de forma tranquila, ao longo de um ano, permitindo um maior cuidado em relação à unidade.   O resultado é um álbum menos dançante e mais conceitual, tendo o mar como foco das letras e das escolhas nos arranjos. “Claridão’ é mais denso. ‘Vista pro Mar’ segue uma linha mais leve. Pedi ao meu irmão (Lucas Silva, principal parceiro do artista) para segurar a mão nas letras, fazê-las de maneira que ficassem interessantes, mas que qualquer pessoa conseguisse entendê-las. A vida está tão corrida, é interessante poder se comunicar de maneira direta”.    Entre as várias referências de Silva, uma é mais evidente em “Vista pro Mar”, especialmente pela estrutura melódica e pela presença de teclados: Guilherme Arantes. “Ele é maravilhoso, gosto dele há algum tempo. O conhecia dos hits de novela, mas depois resolvi pesquisar mais sobre sua obra, procurar pelos discos mais loucos dele. Acho que meu som tem uma fonte oitentista que remete a ele por causa dos teclados e de um vocal em português”.    Agenda   “Vista pro Mar” vem coroar um ano bem especial na carreira de Silva. Ele foi uma das atrações do Lollapalooza e vai tocar no Rock in Rio Lisboa, além da Virada Cultural paulista. No palco, uma diferença substancial. Antes ele viajava apenas com um baterista, mas agora conta também com um guitarrista e um baixista, lhe permitindo uma maior liberdade nas apresentações.

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