Dilma Rousseff diz que governo atual tenta destruir conquistas sociais petistas

Bruno moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
20/05/2016 às 19:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:32
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) criticou o governo provisório de Michel Temer (PMDB), e disse que os atuais ministros estão trabalhando para destruir todas as conquistas sociais alcançadas nos governos petistas.

Em discurso de quase uma hora na abertura do 5 Encontro de Blogueir@s e Ativistas digitais, no Othon Palace, em Belo Horizonte, Dilma foi ovacionada diversas vezes pela plateia. Na chegada ao hotel, foi recebida por 20 mil manifestantes. Boa parte deles se espremeu para poder chegar perto dela.

"O que está em jogo, e sempre esteve em jogo, foram as conquistas sociais dos últimos 13 anos", afirmou, em referência à abertura do processo de impeachment, aberto na semana passada, no Senado.

Para Dilma, o governo Temer foi fortemente influenciado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), que está afastado.

Dilma reconheceu que não enfrentou todos os problemas que deveria ter enfrentado quando o PT tinha maioria no Congresso, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação.

"Um dos problemas maiores eh o fato de termos um sistema político bastante enviesado para garantir que as posições mais conservadoras se mantenham no país", argumentou.

 A presidente afastada chamou de golpe o processo que a tirou do Planalto, e argumentou que o governo provisório não é legítimo. "Não só as pessoas (do governo Temer) não foram submetidas às urnas. Não só as pessoas, mas o programa", criticou, se referindo às medidas antipopulares já anunciadas por Temer e seus ministros.

"Essas primeiras medidas tomadas nesses oito dias mostraram retrocesso. Primeiro um ministério senhores ricos e brancos, sem negros e mulheres", criticou.

Dilma encerrou o discurso afirmando que irá lutar em todos os níveis. "No Senado, no judiciário, em todas as instâncias. Não vou ficar presa dentro do Alvorada. Não é minha intenção isolada. E não há nenhuma justificativa pra isso".

A  Coordenadora-geral do fórum nacional de democratização da comunicação, Renata Mielli, criticou a articulação que tirou Dilma do poder.

"No discurso de despedida, a senhora disse que poderia ter cometido erros, mas não ilegalidades. A senhora está sendo julgada hoje não pelos erros, mas pelos acertos que teve."

O ex-ministro do desenvolvimento agrário e do desenvolvimento social, Patrus Ananias (PT), afirmou que a mobilização para defender o mandato de Dilma começou nesta sexta-feira, em Belo Horizonte. "Hoje, aqui, nós começamos a caminhada para levar de volta a presidente Dilma à presidência da República"

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