Uma semana, duas vitórias

18/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:56

Foi suado, tenso até o último momento, e com placar apertado, mas o resultado do processo que analisou o pedido de cassação do presidente afastado Eduardo Cunha, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, foi digno de celebração de um título no futebol. 

Ficou difícil conter a emoção quando a deputada Tia Eron (PRB-BA) anunciou seu voto na reunião de quarta-feira, favorável ao desligamento de Cunha do quadro político brasileiro.

O caso ainda não está encerrado, pois falta a votação do relatório no plenário da Câmara. De qualquer forma, a decisão do Conselho é uma grande vitória da ética na política, uma conquista de toda a população brasileira. Segundo o Datafolha, quase 80% da população querem o fim do mandato de Cunha, imediatamente.

É inconcebível a ideia de Eduardo Cunha manter uma cadeira no principal parlamento brasileiro. Nada do que ele faz no Congresso Nacional se aproxima das responsabilidades e deveres de um verdadeiro representante da população. 

Além de todas as manobras e artimanhas utilizadas para manipular o ambiente político, interferir em investigações e utilizar a instituição em seu benefício, a lista de suspeitas criminais contra ele cresce a cada dia.

Réu em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo desvio de recursos públicos da Petrobras, Cunha responde a outros inquéritos no STF por corrupção. Até sua esposa, Cláudia Cruz, é alvo da “Lava Jato”. O presidente afastado deverá ser cassado nos próximos dias.

Na mesma semana em que Cunha foi derrotado no Conselho de Ética, um dos políticos que o apadrinharam em sua campanha à presidência da Casa, Henrique Eduardo Alves, se viu obrigado a deixar o primeiro escalão do governo federal. 

Citado na delação de Sérgio Machado como beneficiário de R$ 1,6 milhão de propina, o agora ex-ministro do Turismo entregou o cargo alegando não querer constranger o presidente em exercício. Em pouco mais de um mês de governo, Alves foi o terceiro ministro de Michel Temer derrubado pelo escândalo de corrupção na Petrobras.

Para terminar ainda melhor esta semana, não posso deixar de mencionar aqui, e de dividir outra conquista com os eleitores mineiros que me deram a honra de representá-los na Câmara dos Deputados.

A segunda vitória desses últimos dias é pessoal, da minha família e amigos, particularmente. Foi com satisfação e tranquilidade que recebi a notícia, na quinta-feira, da decisão do ministro Teori Zavascki de arquivar o inquérito do qual eu era parte no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Supremo atendeu ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já havia recomendado o encerramento do caso no dia 13 de maio.

As investigações concluíram que não há indícios de meu envolvimento em qualquer ato relacionado ao recebimento de vantagens indevidas ou o favorecimento de terceiros. Não poderia esperar outro resultado da Justiça.

Eleito para o meu quinto mandato, sou um deputado que vive para o trabalho e do trabalho. No Congresso Nacional, sempre tive entre as principais bandeiras o combate à corrupção e o resgate da imagem do Parlamento, que hoje está de costas para a sociedade.

Em função das duas conquistas – a decisão do Supremo e a derrota de Cunha – tenho sido muito cumprimentado por onde ando. Um dos comentários mais frequentes tem sido sobre a imagem da minha comemoração no Conselho de Ética. Dizem que ela refletiu o sentimento da maioria dos brasileiros. 

Mas é importante que todos saibam que o processo de mudanças só está começando. Podemos celebrar cada vitória com a convicção de que ainda há muito a ser feito.

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