Fiscais fazem operação-padrão em obras do aeroporto de Confins

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
06/05/2015 às 06:24.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:54
 (Janaína Oliveira/Hoje em Dia)

(Janaína Oliveira/Hoje em Dia)

As obras de ampliação e reestruturação da pista e da área de movimentação de aeronaves do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, sofreram mais um revés. Sem receber desde o início do ano da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a F&T Consultores Associados, que presta consultoria no gerenciamento da fiscalização das intervenções, deu aviso-prévio aos funcionários na última segunda-feira e já reduziu a escala de trabalho em duas horas diárias.


Em ofício enviado à estatal, ao qual o Hoje em Dia teve acesso, a empresa diz que, por falta de pagamento, irá “paralisar a execução do contrato com o pedido de rescisão unilateral, desde já pugnando pela aplicação da multa prevista e demais cominações legais a partir do dia 3 de junho de 2015”.


Conforme o documento, os atrasados somam R$ 828,4 mil, referentes aos pagamentos das 19ª, 20ª e 21ª medições, cujas notas foram emitidas em 11 de fevereiro, 9 de março e 1º de abril, respectivamente.


“Importante mencionar que o prazo de pagamento, de acordo com o contrato, deve ser até o 12º dia útil do mês subsequente à medição, o que não está sendo respeitado”, reforça a empresa no ofício.


A F&T diz ainda que a retomada das atividades normais e a suspensão do cancelamento do contrato e do aviso-prévio dado aos funcionários só ocorrerão caso as faturas vencidas sejam quitadas. Do contrário, a obra seguirá sem fiscalização e cerca de 20 operários serão dispensados.


Em nota, a Infraero informou que o último pagamento à F&T Consultores Associados foi realizado em janeiro de 2015. Segundo a estatal, as duas notas pendentes, de fevereiro e março, somam R$ 582,4 mil.


Sem os repasses financeiros, o consórcio Cowan/Conserva também havia informado à Infraero que paralisaria as obras a partir do dia 2 de maio. Mais de cem operários estavam de aviso-prévio desde o dia 2 de abril. Porém, diante da sinalização da Infraero em fazer os pagamentos, a Cowan voltou atrás e promete finalizar, nos próximos três meses, a ampliação da pista de pouso e decolagem de 3 mil metros para 3.600 metros.


Já a responsabilidade sobre as obras de restauração do pátio 1 e das pistas existentes será repassada à BH Airport, concessionária do aeroporto, conforme antecipou o Hoje em Dia na edição do último dia 2.


O sócio privado informou que tem ciência da intenção da estatal em fazer a transferência, mas que aguarda uma definição dos termos do acordo.


A Azul vai inaugurar em novembro voo internacional direto a partir de Confins. O destino deve ser Orlando


Ampliação de voos no aeroporto da Pampulha vira queda de braço em audiência na Assembleia


De um lado, governo de Minas, Infraero, companhias aéreas e entidades empresariais. De outro, Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a BH Airport – concessionária de Confins – e moradores da região da Pampulha. No debate, a ampliação de voos no aeroporto que fica dentro da capital, motivo de polêmica e que promete disputa acirrada entre as partes envolvidas.


“O Aeroporto da Pampulha recebe hoje em torno de 950 mil passageiros por ano. Mas sabemos da necessidade de ampliar este número para desenvolver a economia, estreitar a ligação de empresários daqui com outras capitais e vice-versa. Portanto, estamos fazendo estudos para voltar a operação, dentro de certos padrões, com horários definidos, com voos das 6h às 22h, 23h, por exemplo”, admitiu o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, em audiência pública na Assembleia Legislativa.


Já o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Bernes, disse ter levado à reunião um recado pessoal do prefeito Marcio Lacerda: “A Prefeitura é contra a aterrissagem e decolagem de aeronaves com mais de 70 lugares na Pampulha”.


Mas a discussão não termina por aí. O diretor de Relações Institucionais e de Aliança da Gol, Alberto Fajerman, disse que a companhia acredita em Confins como um hub. Porém, não acha justo que apenas uma empresa, no caso a Azul, possa operar na Pampulha. Segundo ele, nesta semana, a Gol teve negado o pedido de 36 voos para o terminal de BH.


E se os empresários querem a retomada dos voos na Pampulha, os moradores abominam a ideia e prometem recorrer à Justiça, como foi colocado pela presidente da Associação dos Moradores da Região do Jaraguá, Waleska Barros Arantes, e o diretor de Meio Ambiente da Associação Pro-Civitas, que representa os bairros São Luiz e São José, Fábio Souza Melo.
 

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