As microfranquias estão de olho no mercado potencial do interior de Minas Gerais. Atualmente existem no Estado 1.242 unidades instaladas, sendo metade (618) concentrada nas dez maiores cidades. Dessas, 323 estão na capital.

“Minas é muito grande. Falta ao interior buscar as marcas já consolidadas. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) vem fazendo um trabalho muito forte de interiorização em Minas. Além disso, cada negócio tem mapeado seus planos de expansão”, informa a diretora da regional da ABF, Danyelle Van Straten.

A executiva espera que nos próximos anos a ABF possa apresentar novos números, com uma participação maior do interior. Depois de Belo Horizonte, aparecem, no ranking da ABF, Uberlândia, com 68 unidades, e Juiz de Fora, com 36.

As microfranquias são semelhantes às franquias tradicionais, mas se diferenciam pelo baixo capital inicial necessário, que tem o teto de R$ 80 mil. De acordo com Danyelle, apesar de as microfranquias serem de pequeno porte, as franqueadoras são grandes, pois têm que ter estrutura para atender aos franqueados.

Investimento

A possibilidade de ter seu próprio negócio com know-how e suporte atrai investidores que querem deixar de ter patrão. Um deles é Gilmar Silveira, 33 anos, que abriu a filial da Elefante Verde em Belo Horizonte em maio deste ano. Fundada em 2011, a empresa é do segmento de comunicação, informática e eletrônicos, e iniciou os trabalhos em franchinsing no ano seguinte. Atualmente, possui 45 unidade no país e o investimento inicial varia de R$ 32 mil e R$ 66 mil.

A Elefante Verde é um guia de empresas, com referência de localização, que oferece descontos. Por exemplo, uma academia de ginástica, um bar, restaurantes, cursos, salões de beleza, entre outros. “O principal benefício é colocar a micro e pequena empresa na internet, em motores de busca, como Google. Uma academia, por exemplo, não vai atender a toda a cidade. É importante que a publicidade dela, na internet, alcance quem está perto dela”, revela Gilmar.

Apesar de nunca ter trabalhado com tecnologia da informação, o investidor resolveu apostar na franquia. “Eu trabalhava no comércio. Juntei um dinheiro e, com meu sócio, resolvi abrir o negócio. Nós estamos na fase de captação de clientes, e estamos indo bem. A inauguração é dividida em algumas fases”, explica.

Para ele, a opção pela microfranquia foi determinada pela vontade de ter um negócio próprio, mas faltava experiência para abrir uma empresa do zero. “A franquia nos dá todo o apoio. Aprendemos muito nesse processo todo”, revela.

A expectativa de Gilmar é que, em até 12 meses, o negócio comece a dar lucro. Para alcançar o ponto de equilíbrio, ele precisa conseguir entre 10 e 15 clientes a cada mês. Como dica, Gilmar aconselha a pensar no período que não tem lucro, o que demanda uma reserva de recursos não apenas para reinvestir, mas para pagar as contas em casa.

Setor emprega 5 mil pessoas em Minas

Em Minas Gerais, cerca de 5 mil pessoas trabalham em microfranquias. A informação é da diretora da regional da ABF, Danyelle Van Straten, que estima uma média de 4 pessoas em cada negócio. No ano passado, o setor faturou R$ 5,9 bilhões no país, com um aumento de 31% em relação a 2012, quando foram gerados R$ 4,5 bilhões em negócios.

Ao mesmo tempo, o número de unidades instaladas acompanhou o índice, com um crescimento de 29%, saltando de 13.352 para 17.197 no mesmo período.

Só em Minas Gerais foram faturados R$ 422 milhões no setor. Com 145 unidades no estado, a empresa Kumon, de educação e Treinamento, lidera o ranking em números de franqueadas.

Mas, dentre as dez maiores, o setor que tem maior demanda é de negócios, serviços e conveniência, com quatro representantes no ranking. Na seleção há ainda franqueadores nos segmentos de Beleza, Saúde, Farmácias e Produtos Naturais; serviços automotivos; e escolas de idiomas.




 

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