“Êxodo: Deuses e Reis” capricha no visual, mas se esquece da história

Wallace Graciano - Hoje em Dia
24/12/2014 às 15:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:28
 (DIVULGAÇÃO/TWENTIETH CENTURY FOX FILM CORPORATION)

(DIVULGAÇÃO/TWENTIETH CENTURY FOX FILM CORPORATION)

Os mitos religiosos tomaram a cena em Hollywood. Após o sucesso de Noé, dirigido por Darren Aronofsky, chega às telonas nesta quinta-feira (25) o filme “Êxodo: Deuses e Reis”, que conta a história de Moisés, um dos mais notórios profetas da história, que se faz presente em escrituras judaicas, cristãs e islâmicas. Assim como seu antecessor, o longa do diretor Ridley Scott (de “Gladiador” e “Blade Runner”) tem como grande virtude os efeitos visuais, que sobrepujam a construção dos personagens.   Não que as passagens de Moisés sejam uma grande novidade para os amantes da sétima arte. Em 1956, o diretor Cecil DeMille adaptou sua história para as telonas, através do filme “Os Dez Mandamentos”. À época, faturou o Oscar de efeitos visuais. Em 1998, foi a vez do estúdio Dreamworks contar a vida do profeta através da película “O Príncipe do Egito”, que rendeu boas críticas, mesmo voltado ao público juvenil.   Nesta versão, ao invés de construir toda a história de Moisés (Christian Bale, o “Batman”), Scott optou por colocá-lo logo de cara no alto escalão do Egito. Ao lado de seu primo Ramsés (Joel Edgerton, de “Star Wars”), eles travam batalhas e defendem o império de Seti (John Turturro, de “Efeito Colateral”). Porém, em uma dessas campanhas, o profeta entra em crise ao saber sua verdadeira identidade hebraica. Ao mesmo tempo, a mãe do futuro faraó, Tuya (Sigourney Weaver, Oscar de Atriz Coadjuvante em “Uma secretária de futuro”), consegue manipular o filho para destitui-lo de seu posto no império, o que é obedecido, ainda que com certa relutância.   A partir desse momento, se constrói a história que todos conhecemos: passando pela fuga do antigo príncipe egípcio para o deserto, pelo o casamento com Zéfora (que é pouco explorado pela película), até o momento da revelação dos desígnios de Deus para que Moisés liberte o povo hebreu.    Tudo isso se constrói em alta velocidade, o que é um dos pontos a se lamentar da película, já que a falta de contextualização faz com os personagens fiquem artificiais. Os hebreus, por exemplo, são praticamente meros figurantes em um dos ápices da história, que são as 10 pragas lançadas sobre o Faraó do Egito e seu povo.    Apesar da narrativa decepcionar, o longa tem pontos elogiáveis, que certamente não fugirão da percepção do expectador. Como os efeitos sonoros e visuais ao longo da trama, que dão a entender que a equipe técnica teve intenso trabalho. Outro clímax da película é colocar uma criança para representar o Criador do Universo. A figura pueril traz impacto em meio à crueldade das pragas lançadas por Deus sobre os egípcios.    Em suma, “Êxodo: Deuses e Reis” dificilmente será um filme que ficará marcado na história, ao contrário de Noé, seu antecessor. É possível até que outras obras futuramente retratem melhor a história do profeta Moisés. Porém, ainda assim,  é uma boa pedida para esse fim de ano, principalmente para quem tem um apreço pelas passagens bíblicas.     Título: Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings)  Nacionalidade: EUA, Reino Unido, Espanha Gênero: Épico, Ação Direção: Ridley Scott Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, John Turturro, Ben Kingsley, Aaron Paul, Ben Mendelsohn, María Valverde, Sigourney Weaver e outros. Duração: 2h31min   Confira o trailer

   

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