Trabalho

30/04/2016 às 17:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:13

Há 120 anos, no dia 1º de maio de 1886, milhares de trabalhadores saíram às ruas de Chicago, no Estados Unidos, para reivindicar melhores condições em seus serviços. Dava início ali à chamada Revolta de Haymarket. Àquela época, naquele País, a jornada era de 13 horas. A partir dessa mobilização e das diversas manifestações que depois se estenderam, uma série de novos direitos foram adquiridos não só na América, mas em todo o mundo ocidental. E foi assim que o dia 1º de maio se tornou o Dia do Trabalho. 

No passado, no Brasil, essa foi uma data marcada por grandes conquistas. Em 1940, o presidente Getúlio Vargas – ele que sempre fazia questão de realizar em 1º de maio grandes cerimônias cívicas e comemorações – instituiu o salário mínimo no nosso País. Em 1941 tivemos a criação da Justiça do Trabalho. Em 1943, a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 

Ao longo do tempo, conseguimos avanços importantes, garantias fundamentais, mais direitos e proteção para que o trabalhador possa exercer suas atividades com dignidade. Nossa Constituição garante a todo cidadão a liberdade de expressão artística, intelectual e científica, o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.

Mas, infelizmente, as notícias de hoje não são boas. Vemos todos, com preocupação, como a desaceleração da economia começa a prejudicar a manutenção dos postos de trabalho. Preocupa-me principalmente a taxa de desemprego entre os jovens. Os últimos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizado pelo IBGE, mostram que entre as pessoas de 18 a 24 anos o índice de desocupação superou, pela primeira vez em quase uma década, a marca de 20%.

É um dado preocupante porque justamente aqueles que deveriam estar ingressando agora no mercado de trabalho estão com dificuldades de encontrar emprego. Minha preocupação enquanto governador de Minas Gerais – os mineiros são testemunhas – foi estimular a atração de novas empresas, diversificar a nossa economia, agregar valor aos nossos produtos em nosso Estado para garantir empregos de qualidade. E durante muitos anos Minas Gerais teve o menor índice de desemprego no Brasil. 

É por esses exemplos, daquilo que desenvolvemos em Minas, que eu tenho segurança em afirmar que há soluções para a grave crise que vivemos hoje. O Estado brasileiro precisa – e pode – ser o indutor do desenvolvimento, com planejamento e boa gestão. Deve garantir a retomada da nossa economia, revisitar e ajustar nossa legislação trabalhista para incentivar a indústria e o crescimento, desburocratizar processos para fomentar o empreendedorismo e a micro e pequena empresa, principais responsáveis pela indução de novos postos de trabalho. Fornecer ao trabalhador segurança jurídica e, principalmente, serviços públicos de qualidade. 

Com isso, não tenho dúvidas, poderemos voltar a comemorar 1º de maio. O brasileiro é um povo trabalhador. Quer as oportunidades para crescer e se desenvolver. É o que o Estado deve possibilitar. 

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