Mortes em ataques terroristas subiram 60% em 2013, mostra estudo

Folhapress
18/11/2014 às 12:06.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:03
 (Ahmad Gharabli)

(Ahmad Gharabli)

O total de mortos em ataques terroristas no mundo aumentou mais de 60% em 2013, para o número recorde de 18 mil, e pode crescer ainda mais em 2014 devido aos conflitos no Oriente Médio e na Nigéria, mostrou o Índice de Terrorismo Global publicado nesta terça-feira (18). Quatro grupos islâmicos que operam no Iraque, na Síria, no Afeganistão, no Paquistão e na Nigéria foram responsáveis por dois terços dos ataques de 2013, e a ampla maioria das mortes aconteceu nestes países, segundo o relatório do centro de pesquisa australiano Institute for Economics and Peace (IEP), mas publicado a partir de Londres.

No entanto, os ataques estão em ascensão em todo o mundo, com dezenas de países com mais de 50 mortes em 2013, disse o relatório. Os quatro grupos mais ativos são o Estado Islâmico, o nigeriano Boko Haram, o Taleban paquistanês e afegão e as redes internacionais ligadas à Al Qaeda. "Não há dúvida de que é um problema crescente. As causas são complexas, mas os quatro grupos responsáveis pela maioria das mortes, todos, têm suas raízes no Islã fundamentalista", disse o fundador do IEP, Steve Killelea.

Mas a ideologia religiosa não é a única razão para o terrorismo, o relatório observa que muitos países muçulmanos não são afetados, o que significa que "há outros fatores, sociais, políticos e geopolíticos em jogo".

O número de ataques aumentou 44% em 2013, somando quase 10 mil. O Iraque é o país mais afetado, com 2.492 ataques e um aumento de 164% de mortes (6.362). As mortes em tais ataques agora são cinco vezes maiores do que em 2000, mostrou o relatório, citando análises de dados do Banco de Dados de Terrorismo Global da Universidade de Maryland.

"Não quero prever os resultados para 2014, mas é difícil imaginar que será melhor", disse Killelea.

Ataques na Índia -o sexto país mais afetado- cresceram 70% em 2013, em grande parte devido a ataques de insurgentes comunistas. A maioria não causou mortes. O relatório mostrou que 60% dos ataques envolveram explosivos, 20% armas de fogo e 10% foram outras ações, como incêndio criminoso, ataques com facas ou com veículos motorizados. Apenas 5% de todos os incidentes desde 2000 envolveram ataques suicidas.

O relatório mostrou que cerca de 80% dos grupos militantes que cessaram suas atividades desde 2000 o fizeram após negociações. Apenas 10% atingiram suas metas, enquanto 7% foram eliminados por ação militar. O Índice de Terrorismo Global, criado em 2012, estuda a evolução dos ataques terroristas em 162 países desde 2000.

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