Cruzeiro precisa deixar para trás as falhas em jogos decisivos

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
03/04/2014 às 08:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:55
 (Weslwy Rodrigues)

(Weslwy Rodrigues)

Não importa se é a primeira ou a décima partida. Jogo de Libertadores aumenta a adrenalina e deixa os nervos de qualquer um “à flor da pele”. Ainda mais quando se trata do duelo mais importante da temporada. Afinal um simples empate decreta o fim de um sonho mais do que planejado e ainda fica registrado como um dos maiores fiascos da história do Cruzeiro.

A cota de erros ficou para trás. O que importa agora é o futuro. E, para seguir em frente, a Raposa não pode se amedrontar diante da Universidad de Chile nesta quinta-feira (3), a partir das 20h45, no estádio Nacional, em Santiago.

Por isso, o técnico Marcelo Oliveira e companhia terão que superar um trauma que acompanha o time desde a temporada passada: a pressão em confrontos decisivos. Desde a final do Campeonato Mineiro de 2013, o atual grupo cruzeirense tem dificuldades em contornar essa dificuldade.

Naquela edição do Estadual, a equipe chegou invicta à decisão, mas, no jogo de ida, já perdeu o título, ao ser goleada pelo Atlético, por 3 a 0, no Independência. A situação se repetiu nas quartas de final da Copa do Brasil. Depois de vencer o Flamengo, por 2 a 1, no Mineirão, deixou a vaga nas semifinais escapar, ao levar 1 a 0 num Maracanã lotado.

Até mesmo na histórica campanha do Brasileirão, quando conquistou o título de maneira incontestável, houve momentos de dúvidas. No jogo seguinte à derrota para o São Paulo, por 2 a 0, a equipe voltou ao Horto para encarar o Galo, que estava desfalcado. Com fraca atuação, perdeu por 1 a 0.

Filme repetido

Na atual temporada, nos dois jogos fora de casa pela Libertadores, o Cruzeiro repetiu o filme de 2013 e foi derrotado. Além disso, na verdadeira decisão contra o Defensor, no Mineirão, quando jogou obrigado a vencer, abriu 2 a 0, mas permitiu o empate dos uruguaios.

Diante de tantas incertezas, caso a equipe seja eliminada, será a primeira vez, em 14 participações na competição, que a Raposa cairá na fase de grupos. Um fiasco para um grupo que, há pouco mais de quatro meses, conquistou o Brasil.

“Não quero ficar marcado assim. Quero ficar marcado com coisa boa, com títulos, independentemente do campeonato. Não pensamos nisso, é só pensar na vitória. Enquanto tiver porcentagem de classificação, a gente vai acreditar”, afirma o meia Ricardo Goulart.

Com vasta experiência internacional, o meia Júlio Baptista também ressalta a necessidade de não se deixar influenciar pelos aspectos externos. “Quando o jogador está concentrado, a pressão extracampo deixa de existir, até mesmo por estar focado no trabalho e nem prestar atenção ao lado de fora”, orienta. l

Receita é manter a tranquilidade

Manter a tranquilidade. Essa é a receita dos jogadores do Cruzeiro para a “decisão” contra a Universidad de Chile hoje, em Santiago. Na terceira colocação do Grupo 5, com apenas quatro pontos, o campeão brasileiro tem que vencer para não deixar precocemente a Libertadores.

Na última quarta-feira (2), depois da viagem tranquila, os atletas fizeram reconhecimento do gramado do estádio Nacional, palco daquele que é considerado pela China Azul como a “Batalha de Santiago”. Para a “guerra”, o técnico Marcelo Oliveira relacionou 21 “soldados”.

As ausências são o lateral-esquerdo Egídio e o atacante Borges. O primeiro sofreu uma pancada no tornozelo direito durante o treino de segunda-feira na Toca da Raposa II. O outro foi preservado, pois voltou recentemente a treinar, depois de uma contusão na coxa direita, que o afastou dos gramados por dois meses.

Sem poder contar com o volante Nilton, suspenso, o treinador aposta na experiência de Henrique para ocupar o setor. Ele fará dupla com Lucas Silva, que faz a 50ª partida com a camisa celeste, assim como o atacante Dagoberto.

Com o gabarito de ter disputado quatro Libertadores seguidas pelo Cruzeiro, Henrique, que estreia na competição neste ano, espera dar conselhos aos mais novos e transmitir a sua “bagagem”. “Vou tentar passar força, tranquilidade e a responsabilidade que é jogar essa competição”, afirma.

Pressão

O ambiente pouco receptivo dos torcedores chilenos, que prometem lotar o estádio Nacional para empurrar a La U rumo à classificação, não abala os jogadores cruzeirenses. “Nossa responsabilidade é vencer, da mesma forma, independentemente do resultado do Defensor. A equipe está bem ciente disso e sabe o que tem que fazer. Temos condições de ganhar pela qualidade do grupo e pelas dificuldades que encontrou outras vezes, principalmente dentro do Brasileiro”, avisa o goleiro Fábio.

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