Criança que fazia xixi na cama foi morta pela mãe e pelo padrasto por enforcamento

Hoje em Dia
09/07/2014 às 16:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:19
 (TV Super Canal/Reprodução)

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O menino João Paulo Camilo, de 6 anos, foi morto por asfixia mecânica e não pelas chicotadas e queimaduras feitas pela mãe e pelo padrasto. O inquérito foi concluído nessa terça-feira (8) e mostra que o pescoço da criança estava bastante danificado, indicando o enforcamento – uma das modalidades de asfixia mecânica.    De acordo o delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, a conclusão do laudo altera o caso. “O casal não tinha intenção de apenas torturar a criança, mas de matá-la, já que houve a asfixia”, afirma. O delegado explica que devido à essa nova informação, a mãe do menino Josina Concebida Moysés, de 36 anos, e o padrasto dele José Mateus da Silva, de 35 anos, passam a responder por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil.   O delegado explicou que os dois vão responder pelos mesmos crimes, já que foi comprovado que agiram juntos todo o tempo. Além da acusação de homicídio, Josina e José Mateus respondem por torturar os irmão de João Paulo de 3 e 4 anos e por ocultação de cadáver. Segundo Gomes, se somadas a penas, o casal poderá pegar até 91 anos de prisão.    Gomes informou ainda que as outras duas crianças estão internadas no Hospital Municipal de Caratinga, mas estão estáveis e devem ter alta ainda nesta semana. Josina e João Mateus estão presos no Complexo Penitenciário de Ponte Nova, na Zona da Mata.     Relembre o caso   Santa Bárbara do Leste, no Vale do Rio Doce, parou no dia 1º de julho para sepultar o corpo do menino João Paulo Camilo, de 6 anos, torturado até a morte pelo padrasto e a mãe. O corpo foi encontrado no dia 30 de junho, às margens da BR-116, um dia depois que a PM recebeu denúncia do seu suposto desaparecimento e resgatou outros dois irmãos do menino, de 3 e 4 anos, com feridas expostas e infecionadas, dentro de casa. As três crianças eram chicoteadas e queimadas com óleo porque faziam "xixi" na cama.    A mãe das crianças, Josina Concebida Moysés, de 36 anos, e o padrasto José Mateus da Silva, de 35, moravam juntos. O pai biológico morreu. Segundo o delegado Luiz Eduardo Moura, no dia 29 de junho, a mulher chamou uma tia de João Paulo e avisou que ele havia fugido de casa. Como não viu as outras crianças no quintal, a tia entrou na casa e as encontrou na cama, machucadas e com febre, debaixo de um cobertor. A PM foi acionada, prendeu o casal e passou a procurar por João Paulo.   Segundo o delegado, o casal acabou confessando o crime e levou a polícia ao corpo de João Paulo. Ele estava sobre uma moita de capim seco e enrolado a um cobertor, ao lado de uma mochila escolar com roupas. A intenção era simular uma fuga de casa, mas os ferimentos no corpo, semelhantes aos encontrados nos dois irmãos, revelaram o crime: costas e glúteos tinham marcas e cortes provocados por chicotadas e outras partes, como barriga e o rosto, queimaduras.    Assim como a crueldade, a motivação também chocou o policial. “Disseram que as crianças eram punidas para aprender a obedecer e porque faziam xixi na cama. Mas descobrimos que eram torturadas também quando abriam a geladeira. Nunca vi tamanha crueldade”, diz o delegado. O “arreio de cavalo”, ficava ao lado da geladeira. De acordo com o policial, as duas crianças que sobreviveram à tortura estão com órgãos internos lesionados, feridas abertas infeccionadas e internadas no hospital municipal de Caratinga.    O casal foi autuado em flagrante e não teriam antecedentes criminais ou envolvimento com drogas. Conforme o delegado, um acusa o outro pelos maus tratos e tortura, mas testemunhas viram a mãe das crianças dentro do carro no local onde o corpo do menino foi desovado. Segundo o delegado, não há registros anteriores feitos pelo Conselho Tutelar, que agora acompanha o caso. 

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