Musical sobre Cazuza chega a Belo Horizonte nesta quinta-feira

Elemara Duarte - Hoje em Dia
01/05/2014 às 12:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:23
 (Leo Aversa/Divulgação )

(Leo Aversa/Divulgação )

Nas 2h30 de “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, o Musical”, que chega nesta quinta-feira (1º) ao Grande Teatro do Palácio das Artes, o público poderá entender – ou ampliar a curiosidade – sobre a carga criativa que o “poeta do rock” carregou em 32 anos de vida.   Cante Cazuza e entenda. Emílio Dantas, 31 anos, ator que o interpreta no espetáculo, provou desta experiência, mesmo que fosse uma criancinha quando o cantor e compositor carioca teve seu auge na época do “rock Brasil”. “Eu via aquele cara na TV, achava bacana e ia brincar na rua”, lembra. Cazuza morreu em julho de 1990, em consequência de Aids.   Mais rock’n’roll   O musical segue a cronologia tradicional – início, meio e fim. Começa com a descoberta do teatro pelo artista, no Circo Voador, o rock propriamente dito, quando monta sua banda (parte em que se ouve as canções melhores e mais rock’n’roll), o sucesso, as rupturas e a época em que Cazuza assume ser “meio bossa nova e rock ‘n’ roll”, na carreira solo.    Por fim, o espetáculo mostra a descoberta da doença e a consolidação inquestionável de sua habilidade poética. Para a construção do texto, o roteirista Aloísio de Abreu partiu das conversas com pessoas próximas a Cazuza. “Apesar de frequentar os mesmos lugares que ele, eu não conhecia o Cazuza. Mas a obra dele tem um quê de crônica da nossa época, revelando de forma rasgada comportamentos típicos dos jovens que todos éramos nos anos oitenta”, explica o roteirista.   Lucinha Araújo, a mãe do artista, está entre estas testemunhas oculares. Há cerca de 20 anos, Lucinha comanda a Sociedade Viva Cazuza, instituição de acolhida e apoio a crianças com Aids no Rio de Janeiro. “Ela ia assistir ao musical toda semana”, lembra Emílio, sobre os seis meses que o espetáculo ficou em cartaz na “cidade maravilhosa”.   Como mãe zelosa que é, Lucinha participou de tudo. “Hoje, ela faz parte da galera. Estava presente em todos os ensaios abertos. Sugeria coisas que eram da embocadura do próprio Cazuza, elogiava, puxava a orelha”, lembra o ator principal.   “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, o Musical”, ainda tem Susana Ribeiro (como Lucinha Araújo), Marcelo Várzea (João Araújo, pai de Cazuza), André Dias (o produtor e amigo Ezequiel Neves), Fabiano Medeiros (Ney Matogrosso), Thiago Machado (Roberto Frejat, parceiro no Barão Vermelho e em composições), entre outros.   “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, o Musical”, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). Nesta quinta-feira (1º) e amanhã, às 21h. Sábado, às 17h e às 21h30. Domingo, às 17h. Plateia I: R$ 200. Plateia II: R$ 170. Plateia Superior: R$ 120. Meia entrada confirme a Lei. Cadeiras a preço popular: R$ 50 (valor único).   Biografia sobre o produtor cultural João Araújo, pai de Cazuza, que morreu há cinco meses, aos 78 anos, deve sair em 2015, pelas mãos da mulher   Quais são os novos projetos da Lucinha? Eu doei o acervo do meu marido para o Museu da Imagem e do Som, pois ele foi o maior homem de disco do Brasil. Ele nunca teve outro emprego. Sempre em gravadora até chegar à Som Livre. Eles estão catalogando.   O que tem neste acervo? São discos, livros, fotos, papeis interessantes. Ele que lançou Caetano (Veloso), Novos Baianos. Djavan...   ...Cazuza já dizia que “a música popular inteira pegou ele no colo”. (Risos). É verdade! Ele nasceu em berço esplêndido.   O que tem de mais raro neste acervo? Olha, tem uma foto, que é uma parede inteira que estava no escritório. Houve um movimento, há algum tempo, que ser chamava “Carnaval de Verdade”, pois as pessoas não estavam mais fazendo música de Carnaval. Aliás, continuam sem fazer. (Risos). Mas enfim, as músicas, neste evento, eram das escolas de samba apenas. Então, ele fez um concurso e todo mundo participou. Vinicius de Moraes, entre outros. Essa foto foi feita numa cobertura que o Vinicius morava, que tem a MPB toda, Caetano, Gil... É uma foto histórica. E o João no meio.   Há mais planos para 2014? Quero fazer uma biografia sobre o João. Ele sempre se recusou a fazer. Eu sempre insisti. Eu fui casada com ele durante 57 anos. Sou a testemunha ocular. Eu sei até mais do que ele, pois ele não tinha boa memória.   Essa é ótima: “Eu sei mais do que ele”... (Risos) É o único homem de disco no Brasil que lançou um filho que fez um sucessão. É uma coisa difícil de ver. Mas ele era muito modesto. Como eu não sou modesta, para mim, está legal.    Quero ver quando você fará a sua biografia. Mas a minha vida está tão entrelaçada com a do meu filho e a do meu marido... Estou com o João desde os 15 anos. A minha biografia só pode ser com ele junto. Deve sair pela Editora Globo. O título talvez seja “A História Que o João Não Contou”... Ainda não sei.   E seus “filhos” na Sociedade Viva Cazuza, estão encaminhados? Ah, tomara! Eu rezo para que estejam. Alguns já estão trabalhando. Não depende só de mim. Cometi alguns erros na educação deles, porque dei muita colher de sopa pra todo mundo. (Risos) Mas eles têm muito boa saúde, isso que é importante.

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