Cerveró tentou resgatar previdência por dificuldades financeiras, diz defesa

Folhapress
15/01/2015 às 14:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:40

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Operação "Lava Jato", disse em depoimento na manhã desta quinta (15) que tentou fazer resgate de uma previdência privada de aproximadamente R$ 400 mil porque estava em "dificuldades financeiras", segundo o advogado Beno Brandão, que acompanhou a audiência.   "Ele era um diretor da Petrobras, que ganhava mais de R$ 100 mil por mês. Desde março, deixou de receber isso", afirmou o advogado. Em março do ano passado, Cerveró foi demitido da BR Distribuidora, onde estava desde que deixara a Petrobras, em 2008.   Durante três horas, Cerveró deu esclarecimentos sobre as movimentações financeiras que fez nos últimos meses e que motivaram sua prisão preventiva, cumprida na madrugada de quarta (14).   Segundo Brandão, o ex-diretor estava "firme" e "indignado" em relação aos motivos da prisão, mas respondeu a todas as questões feitas pela polícia.   Em relação aos imóveis que transferiu para os filhos, Cerveró argumentou que as movimentações foram legais. "Todos os imóveis estão declarados no Imposto de Renda, pelo valor que consta na matrícula, e não foram adquiridos de uma hora para outra", afirmou o defensor. "São fruto do trabalho dele."   Além disso, o ex-diretor da área internacional da estatal falou sobre o aluguel de navios-sonda na empresa, em 2006, da Samsung. Cerveró foi denunciado e responde a um processo pelo episódio, sob acusação de ter recebido propina de R$ 53 milhões no contrato.   "Ele negou veementemente", afirmou Brandão. "Não tem contas no exterior e nunca recebeu propina." Cerveró divide a cela na PF com o lobista Fernando Baiano, acusado de ter intermediado o negócio das sondas e o pagamento da propina. Ele também nega participação no caso.   O ex-diretor ainda deve ser ouvido novamente na semana que vem, sobre a compra da refinaria de Pasadena, que também está sob investigação da PF.   A defesa de Cerveró deve entrar com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal, para tentar sua libertação. Os advogados argumentam que os motivos da prisão são "pontuais" e já foram esclarecidos à polícia. 

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