Na cadência do samba e na batida da bossa-nova

Lady Campos - Hoje em Dia
16/02/2015 às 11:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:03
 (Ilustração de Carlos Araújo com projeto de augusto maia/Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro)

(Ilustração de Carlos Araújo com projeto de augusto maia/Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro)

Todos os países têm a própria música. Como não poderia deixar de ser, a brasileira é resultado da mistura das culturas europeia, africana e americana. Desse caldeirão efervescente nasceram dois legítimos estilos: o samba e a bossa-nova.

A história desses ritmos ganhou o mundo e foi escrita pelos jornalistas Carla Gullo e Camilo Vannuchi e a cantora e historiadora Rita Gullo, autores de “Samba e Bossa-Nova” (editora Moderna).

O primeiro livro da coleção “Ritmos do Brasil” é um prato cheio para estimular o público, principalmente o infantojuvenil, a conhecer esses gêneros musicais. Como nasceu o samba? De onde veio o ritmo tão brasileiro? E a bossa-nova? De que maneira eles ganharam o mundo?

O convite para “degustar” o livro começa pelo sumário, recheado de títulos que mais parecem nome de música: “Tia Ciata e Pelo Telefone”, “Salada de Samba”, “Que batida é essa?”, “Menina que passa”, dentre outros.

De aperitivo, o projeto gráfico da publicação mescla textos, fotos antigas e lindas ilustrações de Carlos Araújo. Tudo com o objetivo de estimular ainda mais o pequeno leitor.

Ao longo das páginas, informações históricas surgem de maneira didática e nem um pouco enfadonha por força do colorido e de recursos gráficos. Apesar de terem nascido em contextos diferentes, o samba e a bossa-nova se espalharam pelos quatro cantos do país e se tornaram símbolos da identidade nacional.

BERÇO

Enquanto o samba, na forma como conhecemos hoje, consolidou-se na década de 1930, com uma nascente indústria cultural, a bossa-nova surgiu no fim da década de 1950, como um estilo criado por João Gilberto.

Em plena temporada de Carnaval, importante destacar que o samba mudou completamente essa festa, antes chamada de Entrudo e na qual acontecia uma espécie de batalha de farinha e água suja.

Alguns sambistas, que moravam no bairro Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, lá pela metade da década de 1920, começaram a criar músicas um pouco diferentes daquelas dos quintais das tias baianas. Nascia um samba moderno, vindo dos blocos de Carnaval e dos botequins.

A bossa-nova, por sua vez, surgiu quando jovens universitários, com carros velozes e roupas mais despojadas, criaram um ritmo mais animado que o samba-canção. O som sincopado, a dissonância e o jeito de cantar baixinho foram ao encontro de uma juventude e de um Brasil que se modernizava. E o músico João Gilberto se destacou como porta-voz desse novo ritmo.

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