Pelo menos neste primeiro momento, a Executiva Nacional do PSB decidiu lavar as mãos em relação à dissidência aberta pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, contrário à candidatura própria e defensor do nome do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) na disputa para o governo de Minas.

“O fato é que nós já temos uma definição (candidatura do ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado) e acho que todos estão obrigados a segui-la, mas vamos observar. Discordância é admissível e democrático, mas a obrigação da minoria é seguir a decisão majoritária”, disse o secretário-geral nacional do partido e coordenador da campanha do presidenciável Eduardo Campos, Carlos Siqueira.

O deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB estadual, já havia adiantado que qualquer atitude em relação ao posicionamento de Lacerda caberia à Executiva Nacional. Disse ainda que legenda não iria ceder à pressão, mantendo a candidatura própria em Minas. Postura endossada por Carlos Siqueira. “Não há um milímetro de possibilidade de voltar atrás. A candidatura está decidida, será mantida e apoiada”, reforçou.

Carlos Siqueira se mostrou decepcionado com o anúncio do prefeito de BH, que era a primeira opção da legenda para ser o candidato ao governo de Minas. 

“Se tem uma pessoa que deveria se submeter à decisão da maioria era ele. Esperamos meses Lacerda se decidir se seria candidato ou não e isso atrasou nossa posição no Estado”. 

Na mesma linha da direção nacional do PSB, Tarcísio Delgado, também amenizou a decisão tomada por Lacerda e disse que não vai pedir à Executiva Estadual nenhuma represália ao socialista. “Não temos nada o que fazer agora. Mas para mim, ele deixou de ser uma referência para qualquer coisa”, afirmou, lamentando, porém, a perda do apoio de Lacerda. “Se tivéssemos o apoio dele seria importante. Quem sabe ele pode pensar duas vezes e voltar atrás, inclusive em respeito ao nosso nome, que não é uma história qualquer. Sou o candidato mais velho na idade, mas vou apresentar as propostas mais novas, fazer diferente”, disse. 

Lacerda disse que vai apoiar Pimenta da Veiga por “coerência na vida pessoal e na vida pública”. Ele foi eleito prefeito de Belo Horizonte pela primeira vez, em 2008, com apadrinhamento de Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT). Em sua campanha à reeleição contou novamente com o apoio de Aécio e de Antonio Anastasia (PSDB), já sem aliança com o PT. Em Minas, historicamente o PSB é aliado dos tucanos, compondo inclusive a gestão estadual. 

Fechadas as 5 chapas que vão disputar o governo

O PSB definiu, na noite de segunda-feira, os nomes que vão compor a chapa junto com o candidato do partido ao governo de Minas, Tarcísio Delgado. A primeira secretária do partido, Ana Paula Teixeira, compete para vice e Alexandre Souza (PPL) concorre ao Senado. Com essa definição, consolidam-se as cinco chapas majoritárias em Minas. 

Polarizam a eleição os candidatos Fernando Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB). A chapa petista conta ainda com o deputado Antônio Andrade (PMDB) como vice e o empresário Josué Alencar (PMDB), para o Senado. A chapa tucana tem o deputado Dinis Pinheiro (PP) como vice e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) para o Senado.

A chapa do PCB é composta por dois professores, Túlio Lopes tenta a vaga de governador e Pablo Lima uma cadeira no Senado. O advogado Roberto Auad completa o trio, como vice. 

Fidélis Alcantara (PSOL) encabeça a chapa formada ainda por dois membros do PSTU, a professora Victoria Mello (vice) e o metalúrgico Geraldo Batata (Senado).

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