Solidariedade é receita de grupo em busca do topo do Monte Roraima

Pedro Artur - Hoje em Dia
17/04/2015 às 06:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:40
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Esporte. Companheirismo. Espírito coletivo. Solidariedade. Todos esses termos deverão estar presentes na bagagem dos integrantes do grupo que irá escalar o Monte Roraima – localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana – entre os dias 18 e 26 deste mês. Quem bate nessa tecla é Adriana Gribel que, com o filho André Tavares, liderará a expedição, composta ainda por outras 18 pessoas. Todos vão escalar os 2.734m do Roraima, oitavo ponto mais alto do país.

“Será preciso instigar em todo mundo o trabalho em equipe. Não é uma competição, ninguém tem que chegar em primeiro. Quanto mais gente alcançar o cume, maior o sucesso. Temos que trabalhar esse lado de equipe, de amigo”, ensina a matriarca da família Gribel, do alto de sua experiência de 21 anos de montanhismo.

Para ela, que sempre praticou o esporte ao lado dos familiares, a situação será atípica, com pessoas que terão a primeira experiência com o montanhismo, o que aumenta o desafio da jornada.

“Vamos com aprendizes no montanhismo. É um desafio colocar todo mundo certo com o espírito do esporte para não se arriscar. É um grupo grande e que requer cuidados diante do risco para quem vai atravessar rio e savana. Temos que ter pessoas conscientes de cada dificuldade para fazer a coisa certa”, assinala Adriana, acostumada à essas travessias com a família, o marido Eduardo e os filhos André, Renato Castro, Raphael Castro e Mariana Gribel.
Cuidados

Devido às dificuldades impostas pelo trajeto, a subida ao Monte Roraima foi cercada de cuidados físico e psicológico, além de toda infraestrutura. Conforme André, encarregado da organização da jornada, “são seis dias em um ambiente inóspito, com o sol muito forte. O banho é na cachoeira, a comida fica repetitiva. Para quem não está acostumado bate a saudade da família. Então é bom levar uma fotinha”, argumenta.

Para evitar problemas, o grupo passou por treinamentos iniciados em dezembro passado. Primeiro, segundo André, eles conheceram o projeto e, em seguida, passaram por um rigoroso treinamento físico específico. Em janeiro, fizeram corrida de 11 quilômetros na Lagoa dos Ingleses. Em fevereiro subiram o Pico do Itacolomi para gerar experiência com todo tipo de equipamento e situações, como mochila, bota e caminhada pelo mato.

Em março, último mês de atividades antes da escalada ao Monte Roraima, os integrantes subiram o Pico da Bandeira –terceiro mais alto do Brasil –, com cada um dos participantes levando uma mochila com 15 quilos. “Concluimos que todos estavam aptos”, avalia André, que em 2003 subiu o Monte Roraima com familiares.

Aos 28 anos, 16 dedicados ao esporte, André Tavares considera que os participantes neófitos levarão a experiência para o resto de suas vidas.

“É o mais bonito do Brasil”, diz, em referência do Monte Roraima. “Trata-se de uma experiência fantástica. Parece a lua, tudo de pedra com várias crateras, com água formando piscinas naturais”, ressalta, entusiasmado.
A família Gribel já escalou os oito maiores picos do Brasil, além do Kilimanjaro (África), Mont Blanc (França) e Aconcágua (Argentina), um dos maiores do mundo, com quase 7 mil metros de altitude
 

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